domingo, 30 de janeiro de 2011

Luiz Fernando Machado assume no dia 01 de fevereiro

Início dos trabalhos
O filhotinho do clã que impera em Jundiaí há duas décadas irá assumir sua cadeira na câmara federal no próximo dia 01 de fevereiro, tornando-se Deputado Federal. Luiz Fernando Machado foi eleito com cerca de 130 mil votos, e com este fato, a região retoma uma vaga em Brasília, pois no último quatriênio nenhum representante foi eleito para câmara federal.
O mandato do nobre Deputado Federal não poderá servir de vitrine para 2016 – projeto da cúpula do tucanato jundiaiense – e nem como base para os interesses oposicionistas rancorosos e invejosos do partido ao qual ele pertence. Eu não votei nele, lógico, mas agora quero ver sua suposta competência, tão aclamada pelo mesmo na campanha.
Será que ele será mais um parlapatão da tribuna da casa menor do congresso? – não acredito que seu partido lhe dê tanta relevância, mas vamos aguardar. Estereótipo de tucano ele tem, tal qual o Carlos Sampaio de Campinas. Ele recebeu votos de tantos lugares, barganhou por tantos apoios que terá de se cuidar para não se perder.
Na terça-feira, o Fernandinho começa a trabalhar e nós a cobrá-lo. Lógico que não poderemos nos pautar no jornal do editor-chefe que odeia comunistas, quiçá em qualquer outro veículo da cidade, teremos de obter informações de fontes coerentes com o verdadeiro jornalismo.

Projeto incompleto
De acordo com o próprio Luiz Fernando Machado, seu projeto para o mandato que se inicia na próxima semana está incompleto, pois seu presidente, José Serra, não venceu as eleições – graças ao nosso esforço e militância – teremos então que auditar o tamanho do rombo do projeto para que nossa cidade não acabe pagando o preço.
Vejam o vídeo com tal afirmação:
Com a campanha mais cara da região, e com acordos por mais de 50 cidades, Luiz Fernando Machado conseguiu. Cabe agora aos cidadãos de Jundiaí cobrar deste deputado que exerça seu trabalho com competência. Duvido, mas vou esperar.
Luiz Fernando tem carreira política semelhante à carreira do Miguel Haddad, seu padrinho, o padrinho de Haddad era o ex-prefeito André Benassi. É quase uma monarquia, mas não regrada pela genética, mas sim pelo compadrio, não meramente político, mas também de negócios. O pai de Luiz Fernando tem bancado tudo para ele, fazendo do filho: um produto do tucanato jundiaiense.

Chamado
A esquerda de Jundiaí terá de se atentar ao trabalho de Luiz Fernando Machado, pois ele é peça chave do aparelho tucano para futuras administrações, então, vamos colocar palitinhos nos olhos para não permitir que eles se fechem e o tucanato tome conta da cidade por mais tempo.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Entrevista com Durval Orlato

O blog Japi pelo prisma da esquerda começa, a partir de hoje, uma série de entrevistas com as principais lideranças da esquerda de Jundiaí. O primeiro entrevistado foi o vereador e ex-Deputado Federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Durval Orlato, responsável por mais um blog que integra a rede de blogs sujos de Jundiaí, o blog Mais Jundiaí.
Japi pelo prisma da esquerda: Quais são as diretrizes da oposição, da bancada do PT, para legislatura de 2011 na câmara municipal?
Durval Orlato: Após dois anos de administração do Prefeito Miguel Haddad, já se passou tempo suficiente para que o que ele prometeu acontecesse. Fizemos até agora uma oposição propositiva, pensando na cidade. Em 2011 vou seguir nessa linha, porém, evidenciando mais as promessas dele não cumpridas e a fiscalização do nosso dinheiro dos impostos. Afinal, Jundiaí é uma cidade muito rica.
Japi pelo prisma da esquerda: Qual é a leitura que você faz da sua campanha em 2010 para câmara federal?
Durval Orlato: Eu havia postulado, há mais tempo, a vaga de deputado federal. Depois o Gerson Sartori mudou de candidato estadual para federal, sem informar o motivo da decisão. Mas acredito que o maior problema foi que alguns candidatos tinham recursos demais, gastaram muita grana, e isso desequilibra as regras da disputa eleitoral. Aqui na cidade, os candidatos "da máquina" municipal tiveram mais evidência do que os demais na pré-campanha, isso ajuda a fixar e criar uma imagem positiva. Mas fiz mais de 31.000 votos, com poucos recursos, um voto mais ideológico, de opinião, isso pra mim é importante.
Japi pelo prisma da esquerda: Como você avalia o seu mandato como Deputado Federal no quatriênio 2003-2006?
Durval Orlato: Foi bom, acima da média de outros deputados federais do passado. Lutei o bom combate, guardei valores, como honestidade e postura ética na política, e enviei recursos para as cidades da região. Apresentei e ajudei a votar e aprovar bons projetos. Mas eleições são assim, se ganha algumas, perde-se outras. Continuo atuante como vereador e a disposição.

Japi pelo prisma da esquerda: Por que o PT local lançou dois nomes para câmara federal em 2010?
Durval Orlato: Quem acolhe e aceita as candidaturas para deputado, estadual e federal, é o diretório estadual do PT, não o PT local. Como tinha vaga na chapa de candidatos, os dirigentes estaduais aceitaram.
Japi pelo prisma da esquerda: Qual é a relação do executivo de Jundiaí, o prefeito Miguel Haddad, com o legislativo?
Durval Orlato: É de uma cumplicidade acima do desejado, de ambas as partes. O legislativo deve colaborar com boas idéias e projetos para a cidade, mas tem que fiscalizar e ser mais independente, fato este, que não ocorre com a maioria dos vereadores. O Prefeito aprova e rejeita como bem entender, sem esforço algum, sem qualquer audiência pública.
Japi pelo prisma da esquerda: Como você avalia as seguidas administrações do PSDB na cidade e a principal bandeira dos tucanos, o crescimento econômico de Jundiaí nos últimos tempos?
Durval Orlato: São quase 20 anos, Miguel Haddad vai ficar 12 anos, é muito tempo da mesma coisa. Administração fatigada, sem inovação e cada vez mais medíocre nas ações e desculpas que dá para o que não faz. Uma cidade tão rica como a nossa não pode ter problemas de cidade pobre, são características da má gestão exercida pelo PSDB neste longo período. Tem dinheiro e não sabe usar, faz praças, pinta ruas, propaganda, são coisas importantes também, mas nas fundamentais, onde exigiria um pouco mais de gestão, é medíocre. Essa turma da prefeitura que está aí não dá mais.
Japi pelo prisma da esquerda: Hoje a esquerda em Jundiaí está dividida, o antigo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) para o executivo local, Pedro Bigardi, saiu do partido e entrou no PCdoB, e na última eleição municipal, ambos partidos apresentaram candidatura. Como você avalia esta situação?
Durval Orlato: Falei que o Pedro Bigardi não deveria sair do PT. Ele tinha algumas diferenças com o Gerson Sartori, a Marilena Negro e o Carlão – vereadores que compunham a bancada do PT na época - que apoiaram em 2006 outros candidatos de fora para Deputado Estadual. O Pedro Bigardi ficou fora da vaga de deputado estadual por menos de 1.000 votos, foi a gota d’água pra ele, pelo que percebi. Mas hoje existe na esquerda, o PT, o PCdoB, creio que o PSB precisa mais convicção local, no PPS são algumas pessoas que estão mais à esquerda, o PSOL tem pouca gente e saíram muitos, o PDT, quando renovar a direção, vamos ver como fica. Mas estamos crescendo, devagar, mas sempre, preparando-nos para 2012. Se vamos sair todos juntos ou separados, é uma questão de estratégia para forçar segundo turno na cidade. Ainda há muito que discutir sobre isso, mas de minha parte, só para o final de 2011, antes é precoce demais fazer prognósticos e estratégias.
Japi pelo prisma da esquerda: O Cesar Tayar publicou recentemente em seu blog que a esquerda está consciente que para mudar o poder de mãos em Jundiaí, os partidos devem e já estão conversando, inclusive relatando que algumas reuniões já ocorreram. Você concorda com isso? E isso significa prováveis alianças para 2012?
Durval Orlato: Significa unificar as ações e definir conjuntamente que Jundiaí precisa de ares novos, essa turma que está aí já desgastou demais. A estratégia vem depois, vou ajudar nisso!
Japi pelo prisma da esquerda: Os últimos acontecimentos em Jundiaí devido às fortes chuvas deixaram a população assustada, pois problemas tidos como distantes da cidade, tornaram-se próximos. Como você avalia as ações da prefeitura no que se refere ao auxilio para as famílias desabrigadas, prevenção e plano robusto de urbanização?
Durval Orlato: O prefeito Miguel Haddad tem atitude de correr atrás depois que a coisa já aconteceu. Não fez prevenção, aprovou mais de 15.000 unidades habitacionais, a grande maioria em condomínios, mas não conseguiu nestes mais de 10 anos que São Pedro já vem dando sinais que as chuvas ficarão mais fortes e intensas, tirar nem 300 pessoas das áreas de risco. Quem ganha menos de 3 salários mínimos tem uma fila interminável na cidade, não tem casa pra eles. A política aqui, como disse é medíocre, desgastada. Por isso precisa trocar essa turma, não dá mais.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

2011: Mais um ano de luta!

Alguns dos principais movimentos sociais estão formulando uma agenda convergente para poderem, com mais força, chegar até à presidenta Dilma Roussef. 

As maiores organizações que representam os movimentos social, sindical e estudantil do país planejam a elaboração de uma agenda conjunta, a ser oferecida à presidente Dilma Rousseff. Nela, constarão as prioridades pelas quais o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), as centrais sindicais - sobretudo a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) – e a União Nacional dos Estudantes (UNE) brigarão juntos. 
O fortalecimento deste bloco de representação, cujas entidades já se organizam na Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), foi discutido em agosto do ano passado, durante as eleições presidenciais - todos apoiaram a presidente eleita no segundo turno - e a conversa será retomada nas próximas semanas.

"A CUT elaborou um documento com 213 propostas para o novo governo. Como nós, as outras organizações estão fazendo o mesmo, o que cria um volume grande de pautas", avalia o presidente da central, Artur Henrique. "A ideia é que essas organizações peguem só os pontos prioritários para que possamos batalhar juntos", acrescenta. A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a mudança dos índices de produtividade rural e a destinação de 50% do fundo social do pré-sal para a educação são pontos de convergência na pauta de CUT, CTB, MST e UNE e segundo seus representantes, seguramente farão parte da agenda.

Até o momento, as entidades aguardam para saber como será o relacionamento com o novo governo. De certo, deve ficar a cargo de Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, a tarefa de intermediar o contato, cumprindo a função que foi de Luiz Dulci durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Diálogo
Os presidentes de CUT, CTB, MST e UNE concordam que o relacionamento com o governo melhorou muito nos últimos oito anos, mas cobram que Dilma dê o próximo passo: "Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nós nunca fomos nem recebidos pelo presidente. Isso melhorou radicalmente com Lula. Mas agora, queremos influenciar na política, na tomada de decisões, assim como os empresários e outros personagens da sociedade", afirma Artur Henrique.

O presidente da CTB, Wagner Gomes, completa, pautando a necessidade de mais diálogo acerca de questões como a valorização do salário mínimo e a política macroeconômica: “precisamos de uma interlocução maior com o novo governo. São duas decisões [aumento da taxa Selic e manutenção do mínimo em R$ 540] que vão na contramão daquilo que o país precisa, algo que não contribuirá em nada para o desenvolvimento do país”, argumenta Wagner Gomes.

Apesar da postura crítica, o presidente da CTB acredita que Dilma Rousseff manterá o mesmo olhar voltado para o social que o presidente Lula. “É inegável que grande parte do sucesso do governo passado se deve à política de valorização do salário mínimo, um grande instrumento de distribuição de renda. Não podemos ver o país se desenvolver a altas taxas de crescimento sem que isso se reverta para a sociedade, especialmente para os assalariados”, destaca, ao lembrar que é preciso gerar mais emprego e renda através de medidas que promovam o desenvolvimento e o bem-estar social.

Para José Batista de Oliveira, da coordenação nacional do MST, "houve muito diálogo, mas pouca efetividade". Batista cita como maior avanço do governo Lula na relação com os sem-terra a assimilação da produção do grupo com garantia de preço. "No entanto, a implantação de escolas nos assentamentos, uma prioridade, ainda não ocorreu. Mas melhorou muito o relacionamento. Nosso acesso hoje é bom até no Ministério da Agricultura", observa. Augusto Chagas, presidente da UNE, afirma que o ex-presidente recebeu a UNE "pelo menos quatro vezes por ano, durante os dois mandatos".

As decisões de cunho econômico também são alvo das organizações, que pleiteiam participação na efetivação de propostas de campanha, como a desoneração da folha de pagamentos: "Queremos saber qual será a contrapartida para o trabalhador", diz Artur Henrique. Para os sindicalistas, a valorização do salário mínimo, por eles defendida, foi fator essencial para o enfrentamento da crise econômica mundial, em 2008, o que lhes daria gabarito para ter maior influência na tomada de decisões.

Agendas previstas
As centrais prometem ocupar o Congresso Nacional a partir de fevereiro, com a reabertura dos trabalhos das Casas Legislativas, caso não haja acordo nas negociações com o governo federal acerca do valor do salário mínimo.

Em março, a UNE prepara uma série de passeatas, em todas as capitais, com vistas de pressionar o Congresso Nacional a incluir no Plano Nacional de Educação (PNE), a ser votado neste ano, o investimento obrigatório de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) anual do país na educação: "Hoje, menos de 40% dos jovens entre 18 e 24 anos concluem o ensino médio. Para um país que quer ser desenvolvido, estamos desperdiçando um potencial imenso", observa Chagas.

O MST já está realizando ocupações, sobretudo em São Paulo, pautando a urgência da Reforma Agrária.

Além das agendas próprias, que prometem grandes mobilizações, as quatro entidades se reúnem com outras organizações na próxima quarta-feira (26), em reunião da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) que debaterá as agendas conjuntas de 2011 e a participação do movimento social brasileiro no próximo Fórum Social Mundial, que ocorre de 6 a 11 de fevereiro em Dacar (Senegal). O objetivo da articulação na CMS é fortalecer a pressão nas ruas para garantir as bandeiras que unificam a luta dos movimentos sociais no país.

Por O Vermelho /  Luana Bonone

Os movimentos sociais, que compõe a base da sociedade civil organizada, já deram o primeiro passo em 2010, elegendo Dilma Roussef como presidente do Brasil. A eleição de Dilma significa que tais movimentos terão o relacionamento tangível com o governo federal, o mesmo que tiveram nos 8 anos de governo Lula.
Por isto, devem ter, de forma emblemática, as principais reivindicações claras e convergentes para o ano que se inicia e assim, com o apoio da base popular, fazer com que as correntes progressistas do atual governo possam colocá-las no campo da pragmática, sendo: a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o investimento anual de 10% do PIB em educação, o direcionamento de 50% do fundo social do pré-sal para educação e a manutenção do processo de valorização do salário mínimo iniciado no governo Lula.
A nossa oração é a luta, então oremos!

Por Felipe Andrade da Silva
 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O rei nu


A estória do rei nu, do dinamarquês Hans Christian Andersen, é muito aplicável no território jundiaiense, porém, por outro prisma. No caso de Jundiaí, quem ocupa o papel de tolo é o povo, e a maior autoridade, que na estória é o rei, aqui é o prefeito Miguel Haddad. Em Jundiaí, o “rei” ocupa o papel dos espertos vendedores de tecido.
O rei de Jundiaí adora que sua “boa administração” seja externada em todas as esferas, para que assim seus habitantes possam ser convencidos, pelos outros de fora, que de fato vivem em uma cidade acima dos padrões nacionais. O rei está usando o tecido mágico, que neste caso é a suposta boa administração, e todos do povo acreditam nela, pelas eloqüentes campanhas publicitárias, a “mágica do tecido”.
A festa promovida pelo rei de Jundiaí para que todos possam conhecer seu novo traje já dura mais de 18 anos, mas como no conto dinamarquês, um menino gritou: o rei está pelado, aqui pode se ouvir alguns “meninos” também gritando, tentando elucidar a todos que o rei local está pelado, pois seu tecido, a boa administração, é uma grande mentira, puro conto de fadas.
Ao longo dos anos muitos vêm percebendo isto, notando a nudez do rei, mas como defesa, ele está a abusar da magia do tecido, com suas campanhas publicitárias, que retardam a percepção de boa parte do seu povo. Mas muitos outros percebem os grandes percalços administrativos, que unidos fazem-se a nudez do rei.
Muitos não conseguem colocar seus filhos nas creches nas férias, outros não conseguem matricular seus filhos nas creches, as favelas continuam sem qualquer amparo municipal, o trânsito encontra-se em situação caótica, e as chuvas têm causado transtornos nunca vistos na vida de muitos da população, causando até mortes.
O milagre do dinheiro que não rende já está incomodando também, como uma das cidades mais ricas do país não consegue pagar suas precatórias? o monopólio da construção civil tem deixado todos, até os mais enfeitiçados pelo tecido, cismados, pois é perceptível que somente as áreas que ganharam novos condomínios recebem investimentos de infra-estrutura. Aos poucos, muitos estão vendo que o rei está nu, e chegará um dia que será de conhecimento de todos, dizem que isto ocorrerá em meados de 2012. Quando o rei irá cair.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ousar lutar, ousar vencer


No dia 1 de janeiro, a democracia brasileira consolidou-se verdadeiramente, quando, pela primeira vez, a faixa presidencial cingiu ao ombro de uma mulher, eleita pelo voto direto e popular, fazendo a vontade da maioria da sociedade brasileira, principalmente das classes menos abastadas.
Os projetos de esquerda que vêm eclodindo em nossa America Latina deixariam, com certeza, o libertador Simon Bolívar feliz. Com certeza o pontapé para a virada de jogo – haja vista que as revoluções até então tinham fracassado – foi a revolução cubana, seguida pela vitória do comunista Salvador Allende no Chile, pela vitória de Perón na Argentina, pela revolução sandinista na Nicarágua, até chegar às vitórias dos dias atuais.
A revolução bolivariana de Hugo Chávez na Venezuela fez fomentar o movimento em tempos recentes, e assim Lula foi eleito no Brasil, assim como Nestor Kirchner na Argentina. No caso do Brasil, após perder três eleições, Luis Inácio Lula da Silva tornou-se presidente. Existiam lideranças, do seu próprio partido, que acreditavam que Lula não deveria ser mais o candidato, em 2002 – ano de sua vitória -, o que com certeza seria um erro histórico, pois Lula deixou a presidência com 87% de aprovação popular. E com certeza, ocupa o posto de melhor presidente da história do país.
O movimento de auto-afirmação hoje é uma realidade em toda a America Latina, e no Brasil o grande responsável por sua vitória foi o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Que indicou sua sucessora, Dilma Vana Roussef, atual presidente do Brasil, que representa a continuidade do projeto de auto-afirmação.
Quando o nome de Dilma foi cogitado, boa parte da imprensa e da classe política apostava na sua suposta falta de carisma e capacidade política como motivos inexoráveis de fracasso, caso o PT de fato viesse apostar em seu nome. Tal informação incomodou até parte da militância de esquerda do país, que também temeu por um suposto despreparo. Mas Dilma provou exatamente o contrário, ao longo da campanha adquiriu imagem própria, apesar de estar sempre acompanhada do político mais popular do país, e priorizou a exaltação da força da mulher brasileira, enaltecendo o fato de que poderia ser a primeira mulher presidente do Brasil. Lula, enquanto candidato, defendeu a força do trabalhador, pois também seria o primeiro trabalhador presidente do Brasil.
A campanha foi uma síntese da divisão política do país, onde ao lado de Dilma e de sua coalizão de centro-esquerda, um aglomerado de dez partidos, praticamente estava o apoio de quase todos os movimentos sociais, e uma preferência clara das classes D e E.
Na contramão vinha seu principal adversário, o tucano José Serra, que gozava do apoio das elites por todo país. A classe média ficou dividida regionalmente, nas regiões mais conservadoras, Serra venceu, porém, por uma diferença pequena. Dilma ganhou fortemente no nordeste, faturou dois dos três principais colégios eleitorais do país, e fez uma forte disputa nos principais redutos tucanos.
No dia 31 de outubro, no escrutínio válido pelo segundo turno das eleições presidenciais, Dilma Roussef foi eleita presidenta da república, por 56% dos votos válidos. Naquele momento, sua biografa foi externada para todo o mundo, como jamais havia sido. A frente popular que havia conseguido eleger Lula conseguiu, com muito esforço também, eleger Dilma.
Dilma Vana Roussef nasceu em 14 de dezembro de 1947, e ainda na juventude interessou-se pelos ideais marxista-leninistas, lutando bravamente contra a ditadura instaurada no país em 1964, sendo presa e torturada. Militou no PDT de Leonel Brizola e Darcy Ribeiro no Rio Grande do Sul, onde, por meio deste, assume importantes funções nos governos de Alceu Collares e Olívio Dutra. Saiu em 2000 e filiou-se ao PT do presidente Lula. Em 2003 assume o Ministério de Minas e Energia, pasta pela qual havia desempenhado um excelente papel no Rio Grande do Sul, impressiona o presidente pela sua competência e rigidez e ocupa a vaga de ministra-chefe da Casa Civil em 2005. E então, chega à presidência do Brasil.
A vitória de Dilma representa a consolidação da vitória de toda uma geração que de forma direta ou indireta lutou pela democratização do país, representa a vitória das mulheres, dos mais necessitados e de um projeto desenvolvimentista que prioriza a distribuição de renda em prol da sonhada justiça social.
Na cerimônia de posse desta mulher de biografia ímpar, a nação emocionou-se por sentir que o Brasil, mais uma vez, caminhava para sua afirmação histórica. Da chegada no Rolls-Royce fechado ao Congresso, ao indelével discurso, ao desfile em carro aberto, ao encontro do presidente Lula, à passagem da faixa presidencial até seu discurso ao povo no Palácio do Planalto, quase todos os brasileiros sentiam que o país estava caminhando para um futuro próspero, que graças ao presidente Lula, hoje nos é tangível.
Este dia ficará sempre na memória de todos nós, e a emoção sentida marcará para sempre nossos corações, pois é dela que brota um orgulho patriota nunca visto antes nos brasileiros, com a certeza que esta guerreira irá lutar como fez em outrora, por todos, com preferência clara por aqueles que mais precisam.
O dia 01 foi o dia da ousadia e da luta, foi o dia da Dilma, foi o dia de todos nós brasileiros.