terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mais um triste capítulo de um cenário obscuro

Faltas de ética, respeito e muitas outras benesses da humanidade estão surtando uma parcela significativa da classe política jundiaiense. Poucos meses após ser revelado um esquema de propina, em que um jornalista assumiu receber para inventar inverdades sobre o nome mais forte da oposição local, o deputado Pedro Bigardi, surge mais uma denúncia.



Desta vez, refere-se a um serviço de telemarketing no qual, mentindo ser uma pesquisa, o operador começa a dizer uma série de inverdades sobre o deputado para tentar enfraquecer a sua candidatura para 2012. A tática é muito infantil, tanto que, após denúncia, a Polícia Civil irá investigar a origem desta tática.

Mas a fragilidade maior não é esta, mas sim a falta de ideias dos políticos que estão no poder há mais de 20 anos. Qualquer criança pensaria, “ué, se eles são tão bons, porque precisam usar de práticas tão sujas para poderem permanecer no poder?”, a resposta é simples: eles têm medo que certas coisas venham a público nesta cidade.

Na campanha presidencial de 2010, quem teve de contratar um indiano especialista em desconstruir reputações pela internet foi a oposição, numa estratégia kamikaze, em que todas as inverdades criadas na campanha acabaram sendo usadas no segundo turno contra o candidato oposicionista.

Em Jundiaí acontece um processo reverso, a situação tenta desconstruir, porém existe uma similaridade, tanto a oposição presidencial quanto à situação municipal, são encabeçadas pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que, desde 1994, se tornou adepto das táticas usuais da extrema direita.

Mais um triste capítulo do cenário político de Jundiaí, porém, que mais uma vez vem a público revelar-se como instrumento sórdido de atuação política. O fato é que 2012 será um ano bastante difícil para ambos os lados e que em caso de segundo turno, o candidato, e atual prefeito, tucano será exposto como nunca dantes.

Preparemos nossos corações e nossos fígados, pois temos de estar preparados para formular, mas também, infelizmente, para enfrentar calúnias e práticas obscuras. Que as forças progressistas se debrucem na ação de propor mudanças efetivas na gestão municipal que tragam benefícios reais à população. 

domingo, 4 de dezembro de 2011

A incongruência tucana


O PSDB de Jundiaí acabou de lançar seu núcleo em prol dos deficientes físicos, porém a medida não combina com o veto do prefeito

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) se tornou um partido cheio de oportunismo político e em Jundiaí não é diferente, muito pelo contrário, encorpa – com muita musculatura -, o movimento da bandeira sem causa. Recentemente, o economista, e um dos fundadores do PSDB, Luis Carlos Bresser Pereira, fez uma série de declarações – destaco a entrevista concedida ao jornalista Paulo Henrique Amorim -, na qual o pensador justifica a sua recém-saída do partido pelo simples fato da organização ter se perdido após a aliança com a extrema direita – ocorrida em 1994, quando se coligou ao então Partido da Frente Liberal (PFL), agora Democratas -, o que resultou num projeto que confronta o interesse nacionalista.

Na Europa, quando um partido socialista chegou ao poder, os partidos de centro-esquerda – leia-se partidos sociais democratas - acabaram sendo empurrados para o campo da direita. Isto no Brasil também ocorreu, quando o Partido dos Trabalhadores (PT), e o bloco de esquerda composto pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Socialista Brasileiro (PSB), chegou ao poder, o PSDB, e o pouco que lhe restava de pensamento progressista, acabou indo parar no campo mais reacionário da direita brasileira.

Não se pode esquecer que o PSDB surgiu como um partido modernizante, cheio de novas ideias – propondo um processo de evolução institucionalizado em detrimento às propostas revolucionárias do campo da esquerda -, e que se baseou em ideias de um grupo competente de economistas, liderados por nomes como Pérsio Arida e Ciro Gomes, por exemplo, no qual nem todos eram ligados ao partido, e que desenvolveram o plano real, implementado pelo Governo Itamar Franco, do qual, tinha como ministro da fazenda, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O processo de oportunismo começou neste momento, pois, segundo o próprio Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e o PSDB tomaram para si o Plano Real, mesmo não sendo de sua plena autoria.



Por aqui...

Em Jundiaí, o último passo da jornada oportunista do PSDB se deu neste sábado, 3, com a criação o núcleo de deficientes físicos. Não pelo ato em si, pois o partido tem todo o direito de se posicionar e atuar, mas é que recentemente o prefeito Miguel Haddad (PSDB) vetou o projeto do vereador Durval Orlato (PT) que exigia que a administração municipal se adequa-se à Lei Federal, que obriga um percentual mínimo de deficientes nas contratações de servidores públicos.

A alegação para o veto foi de que o projeto era inconstitucional. No momento, o vereador alegou que não foi feita uma análise plausível para a reprovação, no sentido de que a proposta havia sido discutida em Fórum realizado na Associação dos Aposentados. A iniciativa tem o apoio de entidades como a Pastoral da Pessoa com Deficiência e a Gerência Regional do Trabalho e Emprego, sendo, inclusive, discutida com membros do executivo. Nos últimos dez anos, a Prefeitura de Jundiaí contratou cerca de 4.500 servidores e que ao menos 100 deficientes deixaram de ser contratados. 

De acordo com o vereador, atualmente a lei municipal não está de acordo com a lei federal que define as cotas para pessoas com deficiência. “Pelo entendimento da lei da cidade, a cota para deficientes é de 5%, assim como a federal. Entretanto, se oito vagas são abertas, o resultado dá 0,4. E a Prefeitura não arredonda este número para um. A lei federal diz que em casos como este, uma das oito vagas deve ser direcionada às pessoas com deficiência”, explica.