Um imbecil pode, por si só, levantar dez vezes
mais problemas que dez sábios juntos não conseguiriam resolver
Lenin
No último dia 25, completou-se 91 anos que o Partido Comunista do Brasil
(PCdoB) foi fundado; a primeira organização dos comunistas nasceu com este nome
e, após intervenções do governo brasileiro, mudou para Partido Comunista
Brasileiro (PCB) - a fim de demonstrar/forjar rompimento das ligações com
Moscou, farol do movimento comunista nas primeiras décadas do século XX.
Em 1962, após acusar a direção nacional do então PCB de revisionista,
Pedro Pomar, Maurício Grabois e João Amazonas coletam 100 assinaturas de
comunistas pelo país e, com a chamada “Carta dos 100” em mãos, rompem com o PCB
e fundam o PCdoB. Com isso, o movimento comunista no Brasil acabou dividindo-se
naquele ano, mas, até então, era apenas uma agremiação, ora chamada PCdoB, ora
chamada PCB.
Esta discussão está em Jundiaí em 2013; pelo rompimento dos comunistas
na cidade? Não, mas pela oportunidade de tentar desestabilizar o partido que
mais cresce no município, o PCdoB. Alguns ex-apoiadores do recém-empossado
prefeito Pedro Bigardi (PCdoB) e ex-filiados do PCdoB estão informando, através
das redes sociais, que irão fundar o PCB na terra da uva.
Ora, isto representaria a expansão da discussão do movimento comunista
em Jundiaí - caso os motivos do rompimento fossem de fato por divergências de compreensão
da luta pelo comunismo, mas não é. Até o
momento, não foi explicitado nenhum argumento embasado nas obras marxista e
leninista que fundamentem a ruptura, mas apenas queixas sobre a nomeação dos
cargos do novo governo.
É importante salientar que um ex-membro do Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB), pessoa respeitável pela história que construiu como crítico
do governo anterior, não aceitou que alguns nomes que trabalharam no governo
PSDB continuassem nesta gestão, principalmente o atual diretor administrativo
da Câmara. No entanto, nas críticas feitas, em nenhum momento foi ponderado que
a coligação do atual prefeito elegeu apenas quatro vereadores de 19 cadeiras, e
que a permanência do diretor foi uma exigência da maioria dos vereadores
eleitos.
Outro ex-filiado do PCdoB está na trincheira pelo PCB na cidade,
apresentando criticas imaturas, sem ponderar do processo histórico necessário
para romper com 20 anos de um perfil ideológico de governo que privilegiou uma
parcela da cidade, querendo resultados imediatos.
Não entrarei no mérito de criar hipóteses sobre intenções de criar
espaço político de cada um desses “camaradas”, mas apenas provocá-los a incitar
a discussão sobre os preceitos da luta comunista e do uso da compreensão do
materialismo histórico que obriga, através de uma dialética materialista, uma
leitura do processo histórico vigente, a diferenciação entre ações táticas e
ações estratégicas e o cuidado com o esquerdismo, ou pseudo-esquerdismo, que
pode se tornar a doença infantil do comunismo. Um comunista nunca foi e nunca
será imediatista na compreensão de ações estratégicas.