quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma simples leitura do primeiro turno e uma iniciativa de força para o segundo turno

Estou prometendo um blog de política aos meus amigos mais próximos há muito tempo. Não havia lançado ainda, pois julgava que a definição do primeiro turno das eleições presidenciais, principalmente no que se refere à candidatura de Dilma Roussef, era de vital importância e serviria como objeto de análise do primeiro artigo a ser postado no blog.
  Aconteceu o que os mais realistas disseram: teremos segundo turno.  Por motivos ainda não habituais na política brasileira e por motivos corriqueiros da nossa democracia.
Quanto aos fatos novos, posso dizer que a questão ambiental foi um importante item na pauta dos candidatos, e que, por sua história política, a ex-petista Marina Silva, obteve destaque, usando sempre a bandeira do desenvolvimento sustentável, fazendo alusões nas mais diversas questões ao qual era submetida ao referido tema. Isto fez com que ela obtivesse reconhecimento, por alguns foi considerada a mais preparada, por outros, mais críticos, uma candidata mono-idealista.
Além do fator ambiental, outro item que foi usado como importante argumento – utilizado pela oposição - é o passado de luta armada de Dilma Roussef, motivo de orgulho em outros tempos, a julgaram terrorista por sua participação na resistência à ditadura militar que dominou nosso país por décadas.
Neste ínterim, foram feitas analogias descabidas colocando-a como membro do grupo que seqüestrou o embaixador americano Charles Burke Elbrick, em 04 de setembro de 1969.
O seqüestro foi realizado pela Dissidência Comunista do Guanabara, que tinha como membros pessoas como o atual ministro Franklin Martins e o Deputado Federal Fernando Gabeira.  Dilma neste tempo militava e participava das ações rebeldes da Vanguarda Popular Revolucionária, que nada tinha com esta ação.
A parte da história que alguns jornais fazem questão de esquecer é a de que o referido seqüestro foi executado em prol das libertações de alguns militantes que estavam presos em um tempo que o governo torturava e matava a bel prazer. Não  há outro meio de se negociar com tirano.
No que se refere aos fatos já conhecidos da nossa política, usaram a religião para tirar votos da Dilma, com bandeiras polêmicas como o aborto e a união civil entre homossexuais, tais temas foram prato cheio para os reacionários mais ortodoxos.  Bispos, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pediram para que seus fiéis não votassem em Dilma Roussef. Certamente foi uma minoria que cometeu este ato deplorável, a CNBB tem uma história tangível com os movimentos sociais e tal ato não é a sua concepção real da democracia, conforme artigo no link abaixo:


Para rebater as denúncias desta esfera, apoiadores religiosos de Dilma Roussef se pronunciaram, como o deputado eleito Gabriel Chalita, conforme o vídeo disponível no link abaixo:


Vale lembrar que o Partido dos Trabalhadores (PT) nasceu de correntes católicas ligadas à teologia da libertação, e como todo partido de massa, o PT tem dentro de sua estrutura, correntes que defendem o aborto e correntes que não defendem.  Divergências e convergências são naturais quando se fala no maior partido do Brasil, no que se refere à militância.
A demonização de Dilma representa ao nosso país um retrocesso lastimável, voltamos ao tempo das perseguições infames. Somos um país com uma democracia forte e consolidada – que anseia por uma reforma política – e não iremos aderir ao banditismo político das práxis ultraconservadoras, utilizadas em um passado pouco grato.
Temos de eleger Dilma a primeira presidenta, a priori devemos propor a comparação básica entre o governo Lula e o governo FHC. No vídeo abaixo, o ex-ministro e Deputado Federal Ciro Gomes explana com conhecimento de causa – já que foi ministro nos dois governos – sobre o tema, vejam:


Respeito  Marina Silva e reconheço o seu valor, e não posso vê-la em outra posição no segundo turno, ela não pode deixar de apoiar a Dilma por respeito aos seus mestres do passado.
Aqui uma pequena homenagem coletada no youtube ao grande Chico Mendes:


Não posso deixar de comentar sobre o artigo de Maria Rita Kehl no Jornal O Estado de São Paulo, que causou tamanha repercussão, pois ela enfrentou os grilhões da família Mesquita e como era de se esperar, ganhou punição.

Leiam o excelente artigo:

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101002/not_imp618576,0.php

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