terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mais um triste capítulo de um cenário obscuro

Faltas de ética, respeito e muitas outras benesses da humanidade estão surtando uma parcela significativa da classe política jundiaiense. Poucos meses após ser revelado um esquema de propina, em que um jornalista assumiu receber para inventar inverdades sobre o nome mais forte da oposição local, o deputado Pedro Bigardi, surge mais uma denúncia.



Desta vez, refere-se a um serviço de telemarketing no qual, mentindo ser uma pesquisa, o operador começa a dizer uma série de inverdades sobre o deputado para tentar enfraquecer a sua candidatura para 2012. A tática é muito infantil, tanto que, após denúncia, a Polícia Civil irá investigar a origem desta tática.

Mas a fragilidade maior não é esta, mas sim a falta de ideias dos políticos que estão no poder há mais de 20 anos. Qualquer criança pensaria, “ué, se eles são tão bons, porque precisam usar de práticas tão sujas para poderem permanecer no poder?”, a resposta é simples: eles têm medo que certas coisas venham a público nesta cidade.

Na campanha presidencial de 2010, quem teve de contratar um indiano especialista em desconstruir reputações pela internet foi a oposição, numa estratégia kamikaze, em que todas as inverdades criadas na campanha acabaram sendo usadas no segundo turno contra o candidato oposicionista.

Em Jundiaí acontece um processo reverso, a situação tenta desconstruir, porém existe uma similaridade, tanto a oposição presidencial quanto à situação municipal, são encabeçadas pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que, desde 1994, se tornou adepto das táticas usuais da extrema direita.

Mais um triste capítulo do cenário político de Jundiaí, porém, que mais uma vez vem a público revelar-se como instrumento sórdido de atuação política. O fato é que 2012 será um ano bastante difícil para ambos os lados e que em caso de segundo turno, o candidato, e atual prefeito, tucano será exposto como nunca dantes.

Preparemos nossos corações e nossos fígados, pois temos de estar preparados para formular, mas também, infelizmente, para enfrentar calúnias e práticas obscuras. Que as forças progressistas se debrucem na ação de propor mudanças efetivas na gestão municipal que tragam benefícios reais à população. 

domingo, 4 de dezembro de 2011

A incongruência tucana


O PSDB de Jundiaí acabou de lançar seu núcleo em prol dos deficientes físicos, porém a medida não combina com o veto do prefeito

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) se tornou um partido cheio de oportunismo político e em Jundiaí não é diferente, muito pelo contrário, encorpa – com muita musculatura -, o movimento da bandeira sem causa. Recentemente, o economista, e um dos fundadores do PSDB, Luis Carlos Bresser Pereira, fez uma série de declarações – destaco a entrevista concedida ao jornalista Paulo Henrique Amorim -, na qual o pensador justifica a sua recém-saída do partido pelo simples fato da organização ter se perdido após a aliança com a extrema direita – ocorrida em 1994, quando se coligou ao então Partido da Frente Liberal (PFL), agora Democratas -, o que resultou num projeto que confronta o interesse nacionalista.

Na Europa, quando um partido socialista chegou ao poder, os partidos de centro-esquerda – leia-se partidos sociais democratas - acabaram sendo empurrados para o campo da direita. Isto no Brasil também ocorreu, quando o Partido dos Trabalhadores (PT), e o bloco de esquerda composto pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Socialista Brasileiro (PSB), chegou ao poder, o PSDB, e o pouco que lhe restava de pensamento progressista, acabou indo parar no campo mais reacionário da direita brasileira.

Não se pode esquecer que o PSDB surgiu como um partido modernizante, cheio de novas ideias – propondo um processo de evolução institucionalizado em detrimento às propostas revolucionárias do campo da esquerda -, e que se baseou em ideias de um grupo competente de economistas, liderados por nomes como Pérsio Arida e Ciro Gomes, por exemplo, no qual nem todos eram ligados ao partido, e que desenvolveram o plano real, implementado pelo Governo Itamar Franco, do qual, tinha como ministro da fazenda, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O processo de oportunismo começou neste momento, pois, segundo o próprio Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e o PSDB tomaram para si o Plano Real, mesmo não sendo de sua plena autoria.



Por aqui...

Em Jundiaí, o último passo da jornada oportunista do PSDB se deu neste sábado, 3, com a criação o núcleo de deficientes físicos. Não pelo ato em si, pois o partido tem todo o direito de se posicionar e atuar, mas é que recentemente o prefeito Miguel Haddad (PSDB) vetou o projeto do vereador Durval Orlato (PT) que exigia que a administração municipal se adequa-se à Lei Federal, que obriga um percentual mínimo de deficientes nas contratações de servidores públicos.

A alegação para o veto foi de que o projeto era inconstitucional. No momento, o vereador alegou que não foi feita uma análise plausível para a reprovação, no sentido de que a proposta havia sido discutida em Fórum realizado na Associação dos Aposentados. A iniciativa tem o apoio de entidades como a Pastoral da Pessoa com Deficiência e a Gerência Regional do Trabalho e Emprego, sendo, inclusive, discutida com membros do executivo. Nos últimos dez anos, a Prefeitura de Jundiaí contratou cerca de 4.500 servidores e que ao menos 100 deficientes deixaram de ser contratados. 

De acordo com o vereador, atualmente a lei municipal não está de acordo com a lei federal que define as cotas para pessoas com deficiência. “Pelo entendimento da lei da cidade, a cota para deficientes é de 5%, assim como a federal. Entretanto, se oito vagas são abertas, o resultado dá 0,4. E a Prefeitura não arredonda este número para um. A lei federal diz que em casos como este, uma das oito vagas deve ser direcionada às pessoas com deficiência”, explica.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Anselmo Brombal: o desdobramento de uma relação promíscua







Os caminhos tortuosos levam à glória e os inescrupulosos às trevas. Com esta frase de para-choque de caminhão, começo a minha análise sobre o caso envolvendo uma figura folclórica da imprensa jundiaiense, o jornalista Anselmo Brombal. Muitos profissionais da área guardam muitas histórias sobre esta figura, algumas estranhas em que ele, por exemplo, (supostamente) criou figuras como a “Criança Monstro” tentando pegar carona na linha editorial do extinto jornal Notícias Populares enquanto era editor de um jornal da cidade.

O mesmo ostenta relações tangíveis com figurões da política local, tendo sido assessor direto de alguns. Mas dessa vez, a história não tem em si nada de lúdico, é obscura e constrangedora, pois todo ser humano que entende a sua humanidade acaba acreditando que seus semelhantes não chegarão a situações acachapantes, mas alguns insistem em contrariar esta tese.

Em 2010, no período das eleições, o jornal do Parque Eloy Chaves – que é editado por Anselmo Brombal -, foi distribuído pela cidade inteira, por um motivo: havia um destaque na chamada, citando o então candidato Pedro Bigardi, que havia acabado de perder o mandato, pois trocou de partido. De fato, trata-se de algo relevante, mas a matéria fazia uma analogia com o projeto ficha limpa. Nesta oportunidade, o atual deputado Pedro Bigardi (PCdoB) abriu um boletim de ocorrência contra o jornalista.

Após o resultado das eleições e a consumação da eleição de Bigardi, Anselmo o procurou oferecendo seus serviços, o deputado comunista rejeitou. Como não poderia ser diferente, Anselmo procurou o outro lado, antes enviou um email a Pedro. “Sou como uma puta, dou pra quem pagar mais”, disse Pedro Bigardi ao ler um trecho do email em entrevista coletiva concedida na segunda-feira (7).

Em julho de 2011, um jornal chamado “Cidade de Jundiaí” entrou em circulação na cidade, seguindo o molde padrão, com uma mulher seminua na capa para chamar atenção, mas sempre carregado, em todas as edições, com denúncias contra o PCdoB e o deputado Pedro Bigardi, estava claro que era mais uma ação da Editora Cruz de Malta, nome de uma suposta empresa controlada por Brombal.

Para pegar ratos, armam-se ratoeiras e foi assim que Brombal foi desmascarado para toda a cidade. O advogado Dênis Crupe convidou Brombal para uma conversa na qual o jornalista confessou tudo sem saber que estava sendo gravado, o material foi anexado a denúncia feita por Bigardi no Ministério Público.



Gravidade

Infelizmente, o jornalista é citado na cidade por sua falta escrúpulos, mas o problema é que pra ele fazer suas matérias, alguém tem que colocar o combustível, que nada mais é que dinheiro. O mesmo diz no vídeo ter recebido do povo do lado de lá, subtende-se: situação. Claro que a investigação conduzida pelo Ministério Público tem de ser aguardada, mas se for provado que veio de algum político, deve-se investigar a fundo para saber se não foi pago com dinheiro público.

De qualquer modo, Jundiaí nunca investiu tanto em publicidade e propaganda como em tempos atuais, além de possuir uma TV pública, deste modo se faz urgente um Conselho de Comunicação para acompanhar os gastos públicos na área.  Este fato nos prova que necessitamos, de maneira urgente, de um marco regulatório da mídia para criar senso de responsabilidade a todos, pois fugindo de alguns mestres, a imprensa deixou há muito tempo de ser apenas a janela entre a paisagem e o admirador. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O pequeno príncipe diferenciado


Fatos da minha terra

Lançarei neste blog uma série de pequenos relatos da minha terra, serão narrativas curtas que mostram um pouco do cotidiano da terra da fantasia.

O texto de hoje é o primeiro relato, espero que gostem e comentem. 


Dizem que a minha cidade é democrática e do povo, porém, por algum motivo ainda não compreendido tem o seu pequeno príncipe, que não é reconhecido, mas acha que é, então, eu e meus conterrâneos fingimos “entendê-lo”.  Este é o grande paradoxo de nossa terra, pois o pequeno príncipe é o zelador da alegria juvenil, da saúde jovial – e se diz diferenciado, diz que dá para ser diferente. Às vezes penso: diferente do que? Se ele pertence à família real, ou seja, pergunto-me se ele quer que eu seja diferente da família real, logo: diferente dele. Estranho, não?
As respostas que vêm à minha cabeça são atormentadoras, então, prefiro fingir entender a família real. O duro é que com esta alienação diferenciada, todos eles (família real) estão chegando ao estado pleno da decadência, o que faz meu povo ficar cada vez mais aflito.
O que nos anima é a mensagem de um forasteiro de bons sentimentos que passou por nós e disse que teremos uma revolução à francesa, com direito a liberdade, igualdade e fraternidade. Temos ansiedade por isso.   
Que se vá o pequeno príncipe diferenciado.  


Desafio: Como o príncipe se chama?

Próximo relato: O rei diferenciado está morto, viva o novo rei!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sub-sede da APEOESP tem nova coordenação


Adilson Salinas Pires promete forte atuação da entidade para que todos os professores sejam ouvidos


A sub-sede regional da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), sediada em Jundiaí, passou recentemente por um processo de votação para eleger sua nova coordenação. O novo coordenador eleito é o professor Adilson Salinas Pires, licenciado em historia e pedagogia, para os próximos três anos.
Tive uma rápida conversa com o coordenador no dia da posse da nova coordenação. Quando indagado sobre o atual momento do ensino em São Paulo, Adilson foi enfático ao apontar as falhas, que para ele são inadmissíveis. “O ensino fundamental público passa por um momento muito ruim no Estado de São Paulo, pois o método de ensino adotado pelo Ex-Secretário de Educação, Paulo Renato de Souza, reduziu a possibilidade de atuar do docente, pois o mesmo é obrigado a seguir apostilas desenvolvidas para cada matéria, perdendo o espaço de elaboração do seu processo pedagógico”, comenta. Segundo ele, tal método tornou o processo mais robótico, onde os maiores lesados são os alunos.
Para ele, a gestão do ex- governador José Serra (PSDB) foi determinante para o afrouxamento na qualidade do ensino. “O Estado de São Paulo vem adotando políticas educacionais que só contribuem para o descontentamento dos milhares de professores ligados ao ensino público. Quando o Serra assumiu em 2007, ele nomeou a socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, historicamente ligada aos governos do PSDB. A gestão dela foi um fiasco, pois ela quis trazer a competição do mercado para o ambiente educacional. Hoje os professores são obrigados a competir entre si para obter a bonificação através do chamado exame de mérito, muitos, como eu, se recusam a fazer o exame, pois consideramos um desrespeito com a formação de cada um e aos alunos. Na minha opinião, esta pratica só visa fragmentar a classe, tornando o sindicato mais fraco”, argumenta.
Segundo Pires, a APEOESP é a única entidade representativa dos professores e diz que a campanha salarial é uma bandeira constante, pois segundo ele, o Estado de São Paulo paga um dos mais baixos salários do Brasil. “Estaremos nas escolas, nas ruas e com os professores, interagindo com os alunos e o movimento estudantil para avançarmos em nossas lutas”, garante.

                          Nova Coordenação da APEOESP

terça-feira, 12 de julho de 2011

Jundiaí e seu "Grande Irmão"

As redes sociais têm colaborado em larga escala para um processo de autodescobrimento que a cidade de Jundiaí vem passando. Principalmente no Facebook, onde personagens dos grotões da política local – que em outrora eram conhecidos somente pelos seus padrinhos e adversários -, estão se tornando figuras públicas, com um adendo: estão conclamando por isto.
Em grupos criados para discutir diversos temas no Facebook, a contratio sensu da finalidade, os funcionários de cargo de confiança da prefeitura estão usando certos fóruns para defender seus empregos com veemência. Com o adereço do suposto apartidarismo, atacam como “trolls” (veja no link a definição de troll por Edgar Borges Junior) aqueles que, por qualquer motivo, criticam a administração tucana da cidade.
Pior: Aos gritos, alguns CCs dizem que recolhem nas bancas e jogam fora os jornais que são fora da linha editorial padrão da cidade.
Os CCs defendem seus benfeitores sempre em tom jocoso às críticas feitas, porém, sem nunca apresentar um contraditório embasado. Tentam denegrir a biografia do denunciante, e usam de todas as armas que a truculência digital pode oferecer.

Combatentes da causa:
Existem cerca de 20 pessoas trabalhando na tropa de choque pela estabilidade da imagem da administração local – não por lealdade pessoal, mas pelo emprego que a mesma proporciona -, e estão desesperadas com o cenário político de mudança que vem se formando na cidade.
Um deles já foi presidente do partido ao qual sou filiado com muito orgulho, o PCdoB, e usava sua posição para deixar o partido na gaveta do PSDB. Logicamente ele nunca teve alinhamento ideológico com o partido de João Amazonas e não está mais nos quadros da cidade, ou seja: não é mais filiado. Há um bom tempo exerce certa função em certa autarquia da prefeitura; alguns colegas que trabalharam com o mesmo no passado, dizem que em outrora, o sujeito só aparecia no trabalho para assinar a folha de ponto.

Intenção
Em suma, essas figuras mitológicas do espectro político local desejam mamar para sempre nas tetas da loba chamada Jundiaí e para isto, querem impor um regime muito parecido com o descrito no romance distópico de George Orwell – 1984, onde é extremamente proibida a critica ao “Grande Irmão”, suposto benfeitor de todos.

                           É proibido criticar o "Grande Irmão"

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Um ditador chamado Julião

                  Vereador Julião é chamado de "ditador" por ativista do movimento negro

As poucas vezes que pude participar de reunião onde estavam presentes alguns vereadores, do município de Jundiaí, entre eles o presidente da câmara municipal de Jundiaí, indignei-me com a forma grosseira, a falta de democracia, de educação e de respeito com que Excelentíssimo senhor Presidente tem tratado alguns assuntos.
 Na primeira reunião o mesmo usou de uma grosseria ditadura tentando reprimir o doutor Eginaldo ao fazer um comentário quando o presidente da câmara disse “vamos deixar as coisas bem claras” e o doutor Eginaldo disse “ou escura”, frase muito usada nas reuniões do movimento negro.
 Isso mostra que “ou o poder subiu a cabeça deste cidadão, ou ele acredita estar acima do bem e do mal, pelo simples fato de estar Presidente da Câmara Municipal ou ele não tem educação mesmo”.
 Desta feita; sem um pingo de democracia e respeito pela população, o mesmo tentou silenciar um vereador e o publico presente na Câmara durante a sessão que vetou o aumento de salário dos vereadores, fato ocorrido na presença de mais de trezentas pessoas no plenário e amplamente divulgado por toda a mídia local.
O que me preocupa é que o mesmo não comete tal ato ditador somente no seu ambiente de trabalho, haja vista que no dia 17/06/11 após ouvir as opiniões da senhora Cristina no debate que ocorria no clube 28 de setembro, grosseiramente faltou com a diplomacia, com o respeito e com a educação ao dirigir-se a nobre cidadã de forma indigna tentando reprimir suas falas, levando o assunto para o lado pessoal, assustando a todos os presentes.
 O que me preocupa também é que o nobre vereador Presidente da Câmara se declara também cidadão de direito quando se fala nas cotas dizendo ser descendente de Índio, vindo de família humilde e pobre, ter estudado em escola pública onde seu pai era diretor, “a afirmação além da agressividade desnecessária em nada ajudou ao debate que se seguia normalmente, muito ao contrário, pois quando ele estudou tendo o pai na diretoria, já era privilegiado, uma vez que  diretor de escola sempre teve condição diferenciada da grande maioria, principalmente naquela época!”. Conheço muitas mães que foram faxineiras ou merendeiras em escolas públicas e os filhos não conseguem sequer estudar naquela escola! Conheço também diretores e diretoras de escola aposentados que tiveram boas condições financeiras e respeito da sociedade e as transmitiram a seus filhos.
Certamente o Presidente da Câmara e todos que se acham não negros que se acham detentores do direito de usufruir das cotas, ainda não entendeu o verdadeiro objetivo do atual prefeito quando promulgou a lei de cotas em 2002. Não é de se espantar, pois após tantos esforços para a adequação da Lei, sem resultados, acredito que até o atual prefeito não conseguiu enxergar a dimensão do seu feito, pois não vem fazendo nenhum esforço para adequar a referida lei visando à inclusão dos verdadeiros e visivelmente negros e negras, fato que acabaria com as ações dos afros – convenientes que, com atitudes e pensamento iguais ao do nobre Presidente, vem se beneficiando da lei de cotas pelo fato de seus antepassados serem negros ou usando como subterfúgios o fato da raça humana descender da áfrica.
 Há muito tempo vimos tentado modificar e complementar alguns textos da lei para melhorar o entendimento de seu contexto e nem sequer obtivemos respostas do executivo.
Agora! Como podemos fazer respeitar nossos direitos se aqueles por obrigação deveriam fazer cumprir ou fiscalizar sua efetividade, ainda se acha no direito de beneficiar-se deste?
Se estes ainda nos enxergam e nos tratam como inferiores a eles simplesmente por termos a pele mais escura que a deles ou pelo fato de exercerem um cargo público?
Não duvidemos que, a história se repete, não muda, os ditadores e os coronéis da ainda existem e estão soltos. O pior é que “nos ainda pagamos seus salários”.
Será que eles nunca vão entender que nós somos seus patrões, já que eles são funcionários públicos, pagos com os impostos que nos são “impostos”?”
Acredito que discordâncias a parte, o mínimo que o Presidente da Câmara tem obrigação de fazer é tratar os cidadãos e cidadãs com o devido respeito e com a dignidade que é nossa por direito. Pois, para mim, respeito não se impõe se conquista, assim como direito, após ser  conquistado e leis após serem  instituídas, se não forem cumpridas, é nosso dever e nosso o direito exigir sua efetiva e aplicação.
Vale lembrar que o assunto do debate era o não cumprimento da lei 10.639/03 e a efetividade da lei de cotas do Município.
Questionados sobre suas obrigações de fiscalizar o executivo, já que a Lei nº 10.639/03 sobre história da África e a lei nº. 5.745/02 sobre as Cotas de Jundiaí não estão sendo cumpridas, os vereadores presentes nada responderam.
Postura muito diversa foi a da vereadora Marilena Negro, que após os relatos afirmou que o tema relacionado à busca da igualdade precisa ser tratado com mais seriedade e com muita reflexão.
Oportunamente, o Dr. Eginaldo lembrou a conduta da Vereadora quando a DAE tentou descumprir a lei de cotas e o movimento negro local agiu imediatamente e foi acompanhado pela vereadora, resultando na obrigação da autarquia cumprir a lei. Nada disso seria preciso, bastava somente cumprirem a lei. Estamos chegando a mais um processo de eleição, por isso, temos que tomar muito cuidado a quem depositamos o nosso valioso voto sem acreditar em falsas promessas ou promessas que não poderão se cumpridas ao invés de comprometerem-se em fiscalizar, legislar para a população ao invés de legislarem em causa própria.

Jorge Reis Tarcísio
Presidente Vitalício do Conselho de Fundadores do Grupo Zama, Conselheiro Fundador da CAEEDIS, ativista do movimento negro e dos direitos humanos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Está na hora de exercer a verdadeira liberdade de expressão em Jundiaí

Denunciando as vilanias do prefeito, a imprensa cumpre o seu papel

Jundiaí é uma terra de contradições. Muitos dizem que o prefeito Miguel Haddad é um grande homem, integro e cheio de qualidades administrativas que o faz ser um bom prefeito. Outros, tidos como antipáticos, o consideram um político ultrapassado, um péssimo administrador e pior: um praticante de vilanias. Sou um antipático, não por antipatia ao prefeito, mas por não aguentar mais tanta incompetência e falta de transparência.
Os grandes veículos de imprensa de nossa terra contribuem para com os amigos do Miguel, enaltecendo suas maquetes e comerciais produzidos pelo publicitário Duda Mendonça. Os veículos menores se arriscam no papel de prestadores de serviço à população, fazendo (ou tentando) algo mais próximo do jornalismo. E os blogueiros? Estes são aloprados, não economizam nos predicados ao prefeito, seja nas alturas do Tudo Em Cima, nas guerrilhas do Beduíno, no otimismo do Mais Jundiaí ou nos delírios do Japi Pelo Prisma da Esquerda, vez ou outra, o prefeito também toma um Pitaco Genérico.
Escrevo na madruga de segunda-feira. O frio está impiedoso em nossa cidade, como poucas vezes senti, mas inspirador, pois nunca se teve uma massa crítica tão criativa no torrão.  As redes sociais são terrenos frutíferos para a guerra ideológica que toma conta de Jundiaí, onde não existe censura editorial (como a sofrida por um tal “Aranha” em outrora), ou o risco de que seu jornal – produzido com tanto carinho e profissionalismo -, seja recolhido nas bancas antes de chegar à população. Ninguém mais é obrigado ler os editoriais escritos pelo “Paçoca” e seus devaneios causados pelo absinto tomado à beira rio.
A internet nos proveu a liberdade.  Uma liberdade prazerosa, que nos faz dormir pouco e viver tudo muito intensamente, pois militar pela causa avançada nunca foi fácil. Os tempos do paradigma do jornalismo imparcial estão ruindo, e o termo está ganhando – finalmente -, a categoria de lenda, onde a conscientização da incapacidade do homem de não empregar juízo de valor em qualquer objeto analisado está sendo desnudada. 
Manuel Carlos Chaparro, um dos portugueses da USP, explica tudo direitinho em sua Pragmática do Jornalismo, Ciro Marcondes Filho e sua excelência na análise materialista dialética, também, em diversas obras. Em suma, temos de nos conformar quando a linha editorial de um jornal não é a que gostamos, mas não podemos mais aceitar comentários balizados pela suposta imparcialidade. O jornalismo é humano, então, sofre de todos os males da espécie.
E este jornalismo, praticado pelos pequenos e aloprados, consciente de sua incapacidade de ser imparcial, vestiu a camisa de crítico, não por motivos pessoais para com o munícipe mandatário, mas por vontade de mudança, de alternância na cadeira maior do município e de mais seriedade com a população.
E como fazer isto? Fiscalizando todos os passos da prefeitura, preenchendo o espaço vazio, deixado pelos grandes jornais da cidade, de exercer a função de livre imprensa, que apura o fato sem ter de prestar contas a ninguém. Utopia? Não, questão de ousadia. Abaixe-se à ditadura do capital, onde o emprego é maior do que sua alma, ou a enfrente, com competência e persistência.
Qual é o combustível? As vilanias de Miguel, pois seus percalços administrativos não são novidade para ninguém, mas suas vilanias são requintadas, transvestidas nas mais diversas áreas, e aguçadas na especulação imobiliária, que é tão notória que causa constrangimento. Ou seja: muito trabalho tem de ser feito.
Uma convocação a todos os jundiaienses engajados nesta grande causa está sendo feita, não por meio deste artigo, mas pelas diversas manifestações de insatisfação de  nossa população. Os jornalistas, blogueiros e usuários das redes sociais estão convocados a exercer a verdadeira liberdade de expressão em Jundiaí.  

terça-feira, 31 de maio de 2011

Dia 31: o marco do outono do povo jundiaiense

Um dia histórico. Com certeza o dia 31 de maio de 2011 entrará na história das lutas dos movimentos sociais de Jundiaí, isto porque três manifestações ocorreram neste dia, dos mais diversos segmentos sociais. Trabalhadores e estudantes se manifestaram nestes atos, a começar pela aprovação em plenária da greve dos servidores públicos de Jundiaí, seguido pela manifestação em repúdio ao aumento da tarifa dos ônibus e a revolta dos estudantes bolsistas do Programa Escola da Família da Faculdade Pitágoras.
Greve dos servidores públicos de Jundiaí: Os funcionários públicos querem reajuste de 8%, aumento do valor do vale-refeição e implantação do Plano de Cargos e Carreira. A proposta feita pelo Executivo foi de reajuste salarial linear de 6,8%, com aplicação retroativa a partir de 1º de maio deste ano; reajuste de 21% do cartão alimentação, passando dos atuais R$ 190 para R$ 230, também a partir de 1º de maio. A proposta não foi aceita em assembléia realizada, com cerca de 300 trabalhadores, em frente ao paço municipal, sendo aprovada a greve, a começar no dia 1º de junho.
Manifestação em repúdio ao aumento da tarifa: Em ato realizado em frente ao Terminal Vila Arens, diversas forças políticas se posicionaram contrarias ao aumento de 9,4% na tarifa do Sistema Integrado de Transporte Urbano (SITU), de R$ 2,65 para R$ 2,90, onde cerca de 60 pessoas, das quais a maioria era constituída de jovens, reuniram-se para panfletar e discursar aos usuários do terminal e transeuntes das avenidas que circundam o mesmo. Este foi apenas o primeiro de muitos outros atos que acontecerão por esta causa.
Revolta dos estudantes bolsistas do Programa Escola da Família da Faculdade Pitágoras: 104 estudantes da Faculdade Pitágoras de Jundiaí estudam através do Programa Escola da Família do Governo do Estado de São Paulo, porém, a direção da instituição anunciou que irá encerrar as bolsas providas por tal programa, sendo que o mesmo garante idoneidade na mensalidade, fazendo com que os estudantes tenham que arcar com as taxas mensais, e muitos não têm condições financeiras. Os estudantes chamaram representantes da União Estadual dos Estudantes (UEE) para uma reunião marcada no dia 31, porém, o diretor se recusou a receber os representantes desta entidade. Resultado: todos os estudantes ficaram do lado fora da faculdade, em um apitaço, e a no dia 1º a UEE enviará seu advogado para discutir com a direção da instituição.  Este assunto com certeza proporcionará mais capítulos.  
  
Em suma, o dia 31 é o marco do outono do povo jundiaiense. Que seja o marco de início de muitas lutas e conquistas neste ano.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ônibus parados em Jundiaí

Os jundiaienses que necessitam de ônibus estão tendo de arrumar modos para se locomoverem, haja vista os ônibus estão parados, com certeza os taxistas estão se abonando deste dia de luta da classe dos trabalhadores rodoviários, pois muitos tiveram de chegar ao trabalho por este meio.
Hoje os trabalhadores das três empresas que prestam serviços de transporte público na cidade (Viação Leme / Viação Jundiaiense / Viação Três Irmãos) de Jundiaí estão parados, em prol de uma pauta de reivindicações que vai desde um melhor ajuste salarial à melhoria na qualidade dos veículos disponíveis na frota.
O ponto é que o transporte público em Jundiaí é motivo de muita contradição, pois após o investimento de mais de 70 milhões de reais na construção de sete terminais e uma nova rodoviária, o nível dos serviços não evoluiu e para alguns, até piorou.
Todas as reivindicações são justas em minha opinião, e a cobertura da imprensa local está como deveria estar, sendo esta cooptada, contra os interesses dos trabalhadores.
Recentemente, o Jornal Folha do Japi publicou uma tabela informando que Jundiaí tem uma tarifa mais cara que 24 capitais do Brasil, e já existem indícios que a tarifa irá aumentar de R$ 2,65 para R$ 2,90, contrariando o informado em fevereiro, onde a prefeitura se posicionou dizendo que não havia intenção de aumento.
Fato:  o transporte público em Jundiaí é ruim para os usuários e para os trabalhadores, pois paga mal aos trabalhadores e cobra caro dos usuários, mas não é só isso: querem aumentar a tarifa.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Entrevista com Fábio Storari

O blog Japi pelo prisma da esquerda realizou mais uma boa entrevista, desta vez com o presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Fábio Storari.
Storari tem se destacado pela sua postura combativa na cidade quanto à pauta ambiental, travando alguns embates públicos com o atual secretário de meio ambiente da cidade.
Com uma formação bastante estruturada, Fábio Storari nos conta sobre sua carreira e histórico de militância, vale notar que o mesmo evita certos assuntos polêmicos.

Japi pelo prisma da esquerda: Fale um pouco da sua biografia e carreira profissional;
Fábio Storari: Meu nome completo é Fábio Frederico Storari, tenho 43 anos. Sou formado pelo SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) em ajustagem mecânica, pela ESEF (Escola Superior de Educação Física de Jundiaí) em educação física, pela UNESP (Universidade Estadual Paulista) em especialização em recreação e ecoturismo, pela Universidade Padre Anchieta em direito e pela USP (Universidade de São Paulo) tenho especialização em desenvolvimento, energia e meio ambiente.
Japi pelo prisma da esquerda: Por que começou militar pela causa ambiental?
Fábio Storari: Simpatizante da causa, em 1998, indo a um encontro de estudantes de direito, realizado em Belém do Pará, li o livro Direito Ambiental Brasileiro, de Paulo Afonso Machado, e me entusiasmei com a idéia. Durante o encontro, conheci Anderson Ferreira, de Cuiabá, que trazia uma proposta de criar uma associação nacional para incentivar o estudo do direito ambiental nas faculdades de direito, pois, até então, pouco se falava do tema. Criamos o movimento, fizemos encontros pelo Brasil e fundamos a AEDAB (Associação Brasileira de Estudantes de Direito Ambiental), entidade responsável pela expansão do direito ambiental em cursos de várias faculdades particulares e estaduais por vários estados. Fundamos em Jundiaí, o NEDAJ (Núcleo de Estudos de Direito Ambiental) uma ONG (Organização Não Governamental) que deu suporte a diversas ONGs de Jundiaí, e de todo estado de São Paulo, na área do direito, tendo em muitas ações regularizado estatutos e participando do PROAONG (Programa de Apoio as ONGs), do governo do estadual. Em Jundiaí, fizemos três congressos sobre assuntos relacionados a meio ambiente, com o nome de CONEDA (Congresso de Estudantes de Direito Ambiental).
Japi pelo prisma da esquerda: Como e quando surgiu o convite para ingressar ao COMDEMA (Conselho Municipal de Meio Ambiente)?
Fábio Storari: Fui informado da existência do COMDEMA pelo Dr. José Wanderlei Rosa, logo que o NEDAJ virou ONG. Tive interesse e fui atrás. Passamos a acompanhar as reuniões há cerca de 10 anos.
Japi pelo prisma da esquerda: Como se dá a atuação do COMDEMA? É constituído pela lei orgânica?
 Fábio Storari: Sim, está no artigo 174 da lei orgânica. A atuação se dá pelos representantes dos segmentos, sendo: sociedade civil organizada, prefeitura e órgãos estaduais, sendo uma organização tripartite.
Japi pelo prisma da esquerda: Qual é a situação da causa ambiental na cidade?
Fábio Storari: Devido à atuação de militantes ambientais, desde Kiko de Mateo, Flavio Gramoleli, Yone Candioto e outros tantos, Jundiaí é uma cidade que tem causas para lutar no âmbito da preservação. Estamos sofrendo pressão intensa de segmentos que não se importam com a preservação e sim com o acúmulo de capital. É o momento de a população se dar conta da importância dos bens difusos, existentes e preservados na cidade, pois estão alocando esses bens para o patrimônio particular, sem sequer prover uma indenização justa.
Japi pelo prisma da esquerda: Como a prefeitura responde as reivindicações do COMDEMA?
Fábio Storari: A prefeitura entende o COMDEMA como órgão consultivo, e atua como se não tivesse a obrigação de atuar em consonância com o deliberado pelo conselho. Em algumas matérias, isso pode ser entendido como correto, porém, quando falamos de política pública de Meio Ambiente, legalmente o conselho é deliberativo e deve ser respeitado em suas decisões. Isso, infelizmente, não vem ocorrendo. Sempre que a decisão do conselho é desfavorável ao desejo da administração, ela o ignora. Isso está errado.
Japi pelo prisma da esquerda: Você é a favor do projeto de lei do Deputado Pedro Bigardi que transforma a Serra do Japi em Parque Estadual?
Fábio Storari: Devido à função de presidente do Conselho, e por haver um processo dentro do conselho sobre o tema, por ética, me abstenho de responder essa pergunta.
Japi pelo prisma da esquerda: Você tem filiação partidária? Qual? Tem projeto político?
Fábio Storari: Desde 2004 sou filiado ao PV, porém, não tenho militância na área da política partidária, pois a minha militância sempre foi na política cidadã. Como já dito, meu projeto político sempre foi voltado para democracia participativa, isso não significa que jamais venha a ser candidato a cargos políticos representativos, pra mim tem de ser natural. Assim como já disputei eleição em 2004, posso vir a disputar novamente, porém, como conseqüência de um trabalho realizado, não como razão pra realização desse trabalho.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Foxconn em Jundiaí: breve elucidação e o desafio para avançar

A prefeitura está anunciando com pompa e circunstância, o acordo firmado com a gigante de Hon Hai (Foxconn). Sobre este assunto, posso falar com extrema tranqüilidade, pois trabalhei por quase 4 anos nesta empresa e conheço um pouco da história da instalação da primeira planta em Jundiaí.
A planta atual emprega em média quatro mil funcionários, que operam para os clientes: HP, Dell, Lenovo e Sony Ericsson, desde 2006. A implantação da planta custou cerca de R$ 40 milhões. Já teve a fama de contratar muito e demitir muito, ademais não era considerada, por aqueles que tinham experiência na área, uma empresa organizada.
O tempo passou, passaram 4 diretores pela planta e a Foxconn está evoluindo, oferecendo hoje um dos melhores salários da cidade – após muitas lutas do sindicato -, e está evoluindo em suas estratégias de qualidade, principalmente com a ferramenta 7s. É de notório conhecimento de todos que as empresas chinesas não prezam pela qualidade como as empresas estadunidenses e européias. A Foxconn tem um adendo, pois atende clientes dessas regiões e precisar fazer um tremendo esforço para ficar próxima dos níveis exigidos.
Detalhe: a Foxconn é uma empresa de Taiwan, e seu fundador e atual presidente, Terry Gou, foi o primeiro empreendedor estrangeiro a adentrar em terras chinesas, após a implementação do socialismo de mercado, do sucessor de Mao Zedong, Deng Xiaoping. Seguindo a linha cultural industrial chinesa, a Foxconn deve aumentar seus investimentos para melhorar a qualidade de seus produtos, após o XII plano qüinqüenal anunciado pelo governo chinês.
A corporação de Gou atua na área de eletrônicos como ODM (Original Design Manufacturer, ou Fabricante Original do Projeto) e OEM (modalidade diferenciada de distribuição de produtos na qual eles não são comercializados aos consumidores finais. Ou seja, são vendidos a outras empresas) em um modo de atuação econômico conhecido como CM (Contract Manufacturer).
 Atuando no mercado eletrônico, a Foxconn tornou-se a maior exportadora da China, tendo como principais clientes a Apple e a HP (Hewlett Packard). É uma empresa gigante e deve ser respeitada como tal. Quando a Foxconn chegou ao Brasil, após Terry Gou reunir-se com o presidente Lula, já tinha como meta a implantação de um mega-sítio para operar para diversos clientes com cerca de quinze mil funcionários. Enfim, chegou o momento de colocar a mão no bolso.
Por que Jundiaí?
Jundiaí foi escolhida para operação HP da Foxcon por um motivo determinante, além do incentivo fiscal, sua privilegiada localização, sendo considerada uma bacia logística, tendo em vista que o depósito da HP fica em Louveira. Antes de migrar para a Foxconn, a HP tinha como CM, a americana Solectron, que hoje em dia pertence à gigante de Cingapura, Flextronics, que opera em Sorocaba. No Brasil, a Foxconn também opera em Indaiatuba, Manaus, Sorocaba e Santa Rita do Sapucaí.
Em 2006, o contrato entre HP e Solectron, expirou, e devido ao excelente preço – muito abaixo das empresas americanas -, e à extrema habilidade logística, a tradicional empresa americana fechou contrato com a gigante taiwanesa. Vale lembrar que a HP ganhou força no mercado de fabricação de computadores pessoais, após adquirir a operação e a marca da Compaq em 1996, sendo que a Compaq hoje é a segunda linha da HP.
Anúncio dos investimentos
Em recente viagem à China, a presidenta Dilma Roussef – ainda em território chinês -, anunciou o investimento de R$ 12 bilhões da empresa de Terry Gou em território nacional, porém, não externou sobre o tempo para que este investimento ocorra.
Neste momento, uma verdadeira guerra fiscal iniciou entre diversas cidades do Brasil, onde a prefeitura acaba de divulgar que a empresa chinesa escolheu Jundiaí, mas vale lembrar que o vereador do Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou sua atuação em parceria com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da região, Elizeu da Silva Costa, junto ao governo federal pela escolha da cidade. E a força tarefa deu certo, Jundiaí será a cidade que abrigará a operação da Apple.
Desafio
Jundiaí venceu o desafio, supostamente por ter sua ótima localização e por um bom incentivo fiscal, mas está devendo desde 2006 em uma área – lembrando que após a instalação da Foxconn em Jundiaí diversas outras empresas do ramo eletrônico a escolheram também -, sendo mão-de-obra especializada.   
A prefeitura de Jundiaí não é a responsável em criar universidades e escolas técnicas, mas os deputados eleitos, além do executivo, têm a obrigação de trabalhar juntos às esferas nacionais e estaduais pela implantação das três modalidades possíveis e necessárias, sendo: universidade pública, ETEC (Escola Técnica Estadual) e IFET (Instituto Federal de Ensino Técnico). Não é necessário elucidar sobre os benefícios que uma universidade pública irá trazer para Jundiaí.
Para ser benefício para Jundiaí, a mão-de-obra da nova planta deve ser local e para isto, tem de ser qualificada. Vamos esperar as ações em prol desta área, pois a cidade tem de se preparar para o boom eletrônico que está ocorrendo há cerca de 5 anos e que irá se aprofundar no próximo período.

Conclamação para o COMDEMA se posicionar

Muitos podem gritar de raiva por estes, que como eu, não concordam com a atual gestão da cidade de Jundiaí; mas que existe uma sinergia muito suspeita na cidade, existe. Os conselhos municipais, algumas ONGs e outros órgãos da sociedade civil que deveriam tomar posição quanto algumas ações do grupo que há muito tempo governa a cidade não se posicionam, em um estranho processo de consentimento e aprovação.
Em tempos recentes, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA) se tornou de todos os conselhos municipais, o mais combativo, pois não é cooptado.
Estranheza: infelizmente algumas ações que em outrora causaria grandes manifestações por parte deste conselho, hoje estão passando despercebidas e algumas estão sendo aprovadas. O blogueiro Cesar Tayar, mais uma vez denunciou o intento da Fundação Antônio Anchieta Cintra Godinho e da família Haddad de inaugurar, no terreno da Fazenda Ermida, um grande condomínio de luxo, conforme texto abaixo:
O tempo é o senhor da razão
No início do ano passado relatamos neste blog a existência de um contrato entre a Fundação Antônio Antonieta Cintra Gordinho e o prefeito Miguel Haddad e seus irmãos no sentido de realizarem um loteamento de 3.000.000 m2 na região da Fazenda Ermida. A Fundação entraria com o terreno e o prefeito e seus irmãos, além de ficarem responsáveis pelos registros do empreendimento na prefeitura, executariam as obras cujo lucro se aproximaria dos R$ 500 milhões. Devido àquela denúncia, o prefeito e seus irmãos entraram com um processo contra este blog conseguindo, inicialmente, um despacho judicial para retirarmos o post do ar. Como decisão judicial não se discute, cumpre-se, excluímos o texto. Após apresentarmos a nossa defesa, estamos agora no aguardo da sentença judicial de 1ª instância. Muito bem. Na semana passada toda a imprensa local apresentou uma matéria dizendo que a Fundação Antônio Antonieta Cintra Gordinho havia dado entrada no Conselho Gestor da Serra do Japi de um pedido de autorização para o loteamento da Fazenda Ermida, o que causou uma revolta geral nos conselheiros já que aquele imóvel penetra na área tombada da Serra do Japi. Após a análise deste conselho o pedido seguirá para a aprovação no COMDEMA. Além destes fatos, gostaríamos de comentar apenas o seguinte: Os fundadores da Cidade dos Meninos, quando a criaram, tinham como objetivo educar crianças e adolescentes, cultivar a prática de valores éticos e morais essenciais para o desenvolvimento de sua identidade plena e o exercício da cidadania. Jamais tiveram a intenção de transformar toda aquela área em um mero condomínio de luxo. E é em nome destas pessoas extraordinárias, que um dia viveram em Jundiaí, que temos criticado a mudança de objetivos do patrimônio da Fundação.

Fonte: Blog do Beduíno

A criação do Parque Florestal Estadual da Serra do Japi é uma discussão imprescindível para Jundiaí, pois a criação do parque vai minar qualquer chance de abuso ou de privilégio do poder público naquela área, conforme proposto pelo Deputado Estadual Pedro Bigardi (PCdoB).


Outro caso: o COMDEMA acaba de aprovar que uma nascente seja exterminada na Rua Torres Neves, sem realizar qualquer audiência pública, fazendo com que o restante da população civil possa participar da decisão.
Seria muito importante que o COMDEMA tomasse posição neste momento, e tornasse públicas suas posições quanto todos os temas que estão na pauta do município.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entrevista com André Lux

Publico abaixo, a quarta entrevista deste blog. O entrevistado da vez é o jornalista e blogueiro jundiaiense André Lux.
Lux acaba de lançar um jornal, a Folha do Japi, com um viés crítico e diferente dos demais veículos da região.
O nome de André Lux entrou nos principais debates de Jundiaí por entrar em conflito com o atual editor-chefe do JJ (Jornal de Jundiaí), além de vencer – nos tribunais -, um processo que sofreu da prefeitura de Jundiaí. Mais uma boa entrevista de mais uma figura da esquerda local.

Japi pelo prisma da esquerda: Conte um pouco sobre sua história política e profissional.
André Lux: Sou formado em Jornalismo pela PUC (Pontifica Universidade Católica) de Campinas, em 1995. Trabalhei por dois anos na TV Bandeirantes de Campinas, e posteriormente fui convidado para trabalhar em uma empresa de autopeças, como assessor de comunicação e desde então passei a atuar nesta área. Apesar de ser de esquerda desde a primeira eleição de Lula para presidente, em 89 - quando perdeu para Collor, só comecei a atuar realmente nesta área em 2005, quando me filiei ao PT (Partido dos Trabalhadores) e depois quando passei a prestar serviços para a área de assessoria de comunicação do deputado Pedro Bigardi, neste período me transferi para o PCdoB (Partido Comunista do Brasil). Hoje não estou mais filiado a nenhum partido e nem tenho ligação com qualquer político, pois como editor do Jornal Folha do Japi, entendi que não seria ético manter esses laços partidários.
Japi pelo prisma da esquerda: O que é ser jornalista para você?
André Lux: Jornalismo para mim é uma profissão que deveria ser o quarto poder, ou seja, fiscalizar os outros três poderes da maneira mais objetiva possível. Não imparcial, pois isso não existe, mas deixando claro aos leitores em editoriais qual é a linha ideológica que o veículo defende. Além disso, o jornalista deveria estar sempre do lado dos mais fracos, dos injustiçados, dos pobres e marginalizados pelo sistema capitalista. Infelizmente, hoje em dia são raros os jornalistas e os veículos de comunicação que chegam perto disso. Existem exceções, mas são cada vez mais raras – principalmente entre os mais jovens, que parecem sair da faculdade com uma única ideia na cabeça: ganhar dinheiro e ficar famoso, de preferência trabalhando na famigerada Rede Globo.
Japi pelo prisma da esquerda: Hoje existe um movimento forte na blogosfera encabeçado por jornalistas e ativistas políticos que se denominam “blogueiros progressistas”. Você administra um blog, o http://tudo-em-cima.blogspot.com, que tem um viés político combativo e é tido por muitos como um blog progressista. Você se considera um blogueiro progressista? E o que é ser progressista na blogosfera?
André Lux: Comecei minha atuação na internet em 2005, no auge do factóide conhecido como “Mensalão”, que foi na verdade uma tentativa de golpe da direita e seu braço midiático contra o Lula. Naquela época, muita gente sentiu que era hora de romper a ditadura midiática imposta pela meia dúzia de famílias reacionárias que dominam a comunicação de massas no Brasil. Começou daí a formação de várias frentes de batalha na internet, principalmente no Orkut e nos blogs, contra esses veículos alinhados ao neoliberalismo e ao imperialismo estadunidense.
Para mim, ser progressista significa enfrentar os setores reacionários da sociedade e lutar por um mundo mais justo, com menos desigualdade e que traga progressos que possam ser realmente aproveitados por todos, sem colar em risco o nosso planeta.
Japi pelo prisma da esquerda: Na última terça-feira (18), foi criada a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (FrenteCom) na Câmara Federal, que tem como finalidade: lutar pela democratização da comunicação, onde a principal bandeira é a regulamentação da mídia.  Qual é a sua opinião sobre a regulamentação da mídia?   
André Lux: Sou totalmente favorável à regulação da mídia. No Brasil temos casos absurdos de abusos de poder midiático, com reputações de pessoas sendo incineradas em editoriais tendenciosos ou em notícias inventadas a toda hora sem que qualquer punição seja aplicada. Em países do dito “primeiro mundo” muitos jornalistas e vendedores de opiniões estariam na cadeia ou pagando altíssimas multas por metade do que fazem aqui no Brasil. O mais interessante é observar essa imprensa corporativa, que busca o lucro acima de tudo e de todos, gritando que querem aplicar “censura” toda vez que se toca nesse assunto da regulamentação. Mais uma vez, basta analisarmos o que acontece nos países do dito “primeiro mundo” para perceber que lá a regulação existe e é bem rigorosa.
Japi pelo prisma da esquerda: Você é um grande crítico da imprensa jundiaiense. Em sua opinião quais são as principais falhas da imprensa local?
André Lux: Há alguns anos eu cheguei à conclusão que precisava me informar mais e melhor sobre o que acontecia em Jundiaí. Assinei, portanto, um dos três “jornalões” da cidade – o que diziam ser o “menos pior”. Infelizmente, percebi rápido que o jornal apenas trazia notícias e opiniões enviesadas, sempre a favor da direita e contra a esquerda - principalmente sobre a política local. As matérias muitas vezes davam toda a impressão de terem sido enviadas prontas da assessoria de imprensa da Prefeitura do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), de tão “chapa branca”. E os editorais então? Cheguei a ler nove editoriais seguidos que criticavam algum aspecto do governo Lula e um que falava de um assunto genérico. Nenhum editorial sobre Jundiaí. A mesma coisa com as charges publicadas: de dez, nove contra o Lula e uma sobre um assunto genérico. Não que eu seja contra um jornal local criticar o governo federal, porém, é um total absurdo quando este jornal fica apenas malhando o governo federal por estar sob comando de um partido de esquerda, enquanto só traz notícias e opiniões positivas ou neutras sobre o governo municipal que é de direita. Isso é um desrespeito à minha inteligência, fato que me levou a cancelar a assinatura do jornal e buscar formas alternativas de informação.
Japi pelo prisma da esquerda: Como um veículo de imprensa deve se portar quanto ao poder público?
André Lux: Como eu disse, o Jornalismo tem que se portar como um quarto poder, ou seja, tem que fiscalizar os outros poderes da maneira mais isenta e objetiva possível. Não imparcial, porque isso não existe, mas justamente por isso tem que respeitar os princípios básicos do jornalismo, entre eles sempre ouvir os dois lados. Infelizmente, isso não ocorre nem aqui em Jundiaí nem em outros veículos que fazem de tudo para se venderem como “imparciais” enquanto manipulam as notícias em favor dos interesses dos grupos que dominam a política local.
Japi pelo prisma da esquerda: Você acabou de lançar um jornal semanal em Jundiaí, a Folha do Japi. Qual é a principal proposta deste projeto?
A proposta da Folha do Japi é retomar a seriedade do Jornalismo, trazendo matérias que fiscalizem e denunciem o poder público e que levem informações e promovam um debate sobre pessoas, entidades e assuntos que são ignorados pela chamada “grandes mídia” justamente por não se alinharem automaticamente aos dogmas corporativos defendidos por ela e ao alinhamento ideológico à direita. Também buscamos publicar opiniões críticas que divergem das vendidas pela imprensa corporativa como sendo “verdades absolutas”.
Japi pelo prisma da esquerda: Você é um cinéfilo. Qual é sua opinião sobre o atual cenário do cinema nacional?
Gosto muito de cinema. Um dos maiores prazeres que tenho é escrever sobre filmes, principalmente quando é para detonar um filme ruim (risos). O cinema nacional está numa boa fase, conseguindo fazer filmes que atraem o grande público. Acho que o mal do cinema nacional é que, durante um grande período, foi incapaz de se comunicar com o grande público, fixando-se muito em pornôs chanchadas de péssimo gosto e em filmes panfletários ou altamente politizados. Não sou contra o cinema politizado, pelo contrário, mas acho que isso tem que ser feito de uma maneira atraente também para a grande massa, caso contrário vira só papo cabeça para meia dúzia. Acho que desde que a esquerda chegou ao poder com Lula, o cinema passou a ser mais valorizado como produto cultural do país e tivemos bons filmes sendo produzidos com auxílio de recursos governamentais, alguns deles inclusive que falavam sobre os crimes e as torturas cometidas durante a ditadura cívico-militar que começou em 1964 e durou 21 anos.

domingo, 24 de abril de 2011

Mendigo morre queimado em Jundiaí: o que devemos fazer?

Lide com o poder público local
O produto ilusão, vendido por alguns em Jundiaí, está esgotando-se devido a um concorrente impiedoso: a verdade. É de conhecimento de todos, que não fazem da cidade um mero dormitório, a existência de criminalidade no município, apesar de um jornal zerar índices – vide edição nº4 do Jornal Folha do Japi -, a falta de leitos hospitalares, vagas para as crianças nas creches, alto-índice de submoradias, especulação imobiliária e falta de transparência do poder público local em detrimento as excelências, dos serviços públicos, vendidas em campanha publicitária produzida pela agência do publicitário Duda Mendonça.
Vivendo a cidade
Fatos tristes têm ocorrido em nossa cidade; na semana retrasada uma reportagem do Jornal Bom Dia denunciou que presos estavam sendo amarrados em um pilar de uma delegacia. Outro fato, ocorrido neste último sábado (23), também é preocupante, pois o corpo de um mendigo foi encontrado carbonizado no coreto da praça da igreja da Vila Arens.
Segundo reportagem do Jornal Bom Dia, o delegado responsável, Fernando Bardi, disse que diversos moradores de rua freqüentam aquela praça e todos serão investigados. Dificilmente descobrirão o autor desta barbárie, que mesmo sendo – eventualmente -, um suicídio – que eu não acredito -, é uma falha da sociedade.
Jundiaí é uma cidade, majoritariamente, de classe média, o que torna os menos favorecidos marginalizados, pois se trata de uma realidade distante da maioria da população, onde a pobreza é preferencialmente esquecida por aqueles que não padecem da mesma, tornando os focos de pobreza verdadeiras ilhas em meio ao desenvolvimento.
A verdade é que a classe média preza pela exclusão dos problemas e não pela resolução, tudo é esquecido ou retirado pela força e não resolvido. O poder público, em todas as esferas, tem obrigação de criar políticas públicas para todos os segmentos da sociedade, inclusive para os mendigos, sem-teto, sem-terra, prostitutas, travestis e drogados, ou seja: todos e principalmente os mais necessitados.
A pergunta que fica sobre para este caso do mendigo morto, em especial, é sobre quais são as políticas que o município oferece aos moradores de rua e se a Casa Santa Marta é o único amparo que estes cidadãos têm, pois a filantropia não pode ser onerada por uma falha do poder público.
Um município que ostenta um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) acima da média, como Jundiaí, tem de provar, via políticas públicas aplicadas, o porquê do resultado.
Acredito que este assunto deve ser discutido na Câmara Municipal, pois um ser humano foi morto de uma forma cruel, abandonado em um bairro tradicional da cidade. A população de Jundiaí tem de cobrar, do poder executivo e do poder legislativo, sobre o que existe e o que deve ser criado na lei orgânica para proteger estes homens e mulheres esquecidos pela sociedade.
Por isso que o produto ilusão está sendo superado, pois todos sabem que Jundiaí tem muitos problemas, onde todos podem ser resolvidos, porém, em uma sinergia entre população e os governantes, mas para isso é necessária transparência para que a participação atinja todas as classes sociais. Fazer com que as oportunidades sejam para todos, de verdade.