domingo, 20 de março de 2011

Descuido com o Hospital Universitário

A prefeitura de Jundiaí faz críticas à oposição alegando que os quadros oposicionistas são deveras pessimistas, calamitosos e cheios de cólera quando estão falando dos problemas da cidade. Para um indivíduo que, de passagem, esteja em Jundiaí, os membros da casa maior da cidade podem parecer vítimas de perseguição alheia, mas permanecendo por mais de uma semana em nossa cidade, poderá perceber que nem tudo que reluz é ouro.
Os índices econômicos são exaltados, pois poucos municípios ostentam um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de R$ 43.442,33, de acordo com os índices divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todos ficariam felizes se tal musculatura econômica refletisse na vida de todos munícipes, mas infelizmente a história não é bem assim.
 Em 2009, o diretor geral do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, Gabriel Giraldi, em carta ao Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá, informou que Jundiaí oferece 0,83 leitos hospitalares para cada 1000 habitantes, apresentando assim uma defasagem de 170 leitos.


 
Pior: Nem as crianças recebem tratamento especial, pois em Jundiaí, o Hospital Universitário é responsável pelos atendimentos pediátricos. O hospital é administrado pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, pela Fundação Jaime Rodrigues e pela Pró-Saúde. O problema é que os órgãos administradores não conseguem arcar com a estrutura que tem para atender a demanda que a cidade gera, deixando o hospital com diversas discrepâncias entre a realidade e a necessidade. Ademais neste momento, o hospital está precisando de diversos equipamentos.
Equipamentos faltantes no Hospital Universitário:
·        2 Cardioversores (bifásicos);
·        8 Equipamentos de anestesia;
·        33 Monitores multiparamétricos ;
·        6 Oxímetros de pulso (com curva);
·        1 Sistema de vídeo-laparoscopia;
·        4 Ventiladores (respiradores inter 5);
·        3 Monitores fetais (cardiotocografo);
·        3 Perneiras para mesa cirúrgica;
·        4 Arcos cirúrgicos;
·        1 Morcelador elétrico;

Crianças acidentadas oriundas das Rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Constancio Cintra, Edgar Máximo Zamboto, João Cereser, Geraldo Dias e Dom Gabriel Paulino Bueno são enviadas ao hospital, e a falta de tais equipamentos prejudica o atendimento das mesmas.
A atual Secretária de Saúde, Dra. Tânia Regina Gasparini, precisa externar quais são as ações que a prefeitura de Jundiaí está tomando a fim de resolver o problema do Hospital Universitário, pois uma cidade que não respeita a vida de suas crianças, não respeita a vida de qualquer munícipe.

  Atuação da atual Secretária de Saúde até o presente momento está sendo displicente com tais problemas 

segunda-feira, 14 de março de 2011

Entrevista com Vanderlei Victorino (BA)

Seguindo a série de entrevistas, nosso entrevistado da semana é o presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Jundiaí, Vanderlei Victorino.
Militante do movimento negro, ex-militante do movimento estudantil e do PT, Vanderlei Victorino, o popular BA, nos externa sobre sua visão da política local e da conjuntura nacional .
                   BA discursando no ato de lançamento do Movimento Jundiaí Livre


Japi pelo prisma da esquerda: Conte sobre a sua biografia, profissão e atuação polítca.
Vanderlei Victorino: Nasci na cidade de Campo Limpo Paulista, e moro em Jundiaí SP há 39 anos, no Jardim do Lago.
Tenho 39 anos, sou solteiro, e iniciei a minha militância quando ainda fazia o curso da primeira eucaristia aos 10 anos. Sou católico apostólico romano, e ex-secretário geral do Emaús  (Movimento Nacional de Evangelização da Juventude), comecei no Emaús  em 1991 - data de organização do movimento na diocese de Jundiaí -, onde continua sua trajetória de evangelização da juventude.
Fui dirigente do movimento estudantil, por onde trabalhei para o retorno do direito de construção dos grêmios estudantis livres, proibido durante a ditadura militar. Ajudei na elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente, e na reconstrução da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), enquanto dirigente do movimento estudantil.
Fui um dos articuladores do impechiment do ex-presidente Collor, e organizei, em conjunto com vários outros estudantes, trabalhadores e artistas - as manifestações da campanha “Fora Collor” no Brasil inteiro, inclusive em Jundiaí.
Fui um dos dirigentes estudantis que, no inicio da década de 90, conseguiram aprovar a Lei do "Passe Livre" para os estudantes,  em diversas cidades do país, conseguimos este feito em Jundiaí também.
Iniciei a minha militância no movimento negro, também neste mesmo período, com 10 anos de idade. Participei da campanha do ex-presidente Lula  para governador do estado de São Paulo em 1982, neste momento conheci algumas lideranças do movimento negro, que me convidaram para participar de reuniões.
As militâncias: política social e partidária, sempre estiveram atreladas intrinsicamente comigo, pois a construção de um mundo socialmente justo, radicalmente livre, solidário, fraterno, socialista e democraticamente igualitário, depende da força de todas as frentes, movimentos: social, sindical, popular, partidário e institucional.
Iniciei minha militância no Partido dos Trabalhos (PT) em 1985, mas me filiei em 1992. Atuei como dirigente partidário municipal, estadual e nacional, até a data da minha desfiliação em 2005. Hoje sou filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), atuando como membro do diretório estadual, presidente do PSOL em Judiaí e coordenador regional do PSOL.
Nos dias atuais, tenho foco na atuação firme nas políticas públicas para a erradicação do racismo, xenofobia, machismo, sexismo e todas as suas formas correlatas de intolerância.
Sou formado em secretariado, dança clássica, contemporânea, danças étnicas e dança de salão. Já participei de vários shows e festivais de dança, atuando como bailarino e coreógrafo em diversos estados do Brasil.
Japi pelo prisma da esquerda: Você foi o candidato do PSOL nas últimas eleições municipais, em 2008, qual foi a leitura que você fez daquela campanha?
Vanderlei Victorino: As eleições  de 2008 foram a prova de que o poder econômico e os preconceitos: social, espacial e racial, ainda estão enraizados em boa parte da população jundiaiense.
Eu, minha familia e todos aqueles que estiverem dioturnamente comigo na campanha, sofremos discriminação, perseguição e preconceito durante a campanha.
Mas acredito que, da noite para o dia, conseguimos extremecer os alicerces da sociedade jundiaiense, pois a minha candidatura ousou questionar tudo aquilo que parecia estar a salvo de quaisquer tipo de questionamento. Ousamos com a minha candidatura, mostrar e provar que o negro, que o pobre, que o jovem, que todo aquele que  utiliza (como eu utilizo) o transporte, educação e saúde pública, tem condições: moral, ética e politica, igual ou maior até do que os ditos “senhores do poder” de governar a cidade.
A minha candidatura representou o rompimento de tudo aquilo que parecia já estar pré estabelicido para as campanhas dos candidatos majoritários.
Portanto, a leitura que faço das eleições de 2008 é de que uma nova forma e ordem de se fazer política foi estabelecida na cidade. Ficou provado que a mesmice das eleições é coisa do passado, mesmo a minha vitória eleitorial não ter sido manifestada nas urnas, um novo partido contra a velha politica foi o diferencial para estremecer os alicerces de Jundiaí.
Vencemos as eleições, pois vencer as eleições não significa reverter esse vencimento em votos nas urnas. Sabemos que essa luta não é facil, mas sabemos também que ela não acabou, que muito ha de ser feito para a construção desse mundo que tanto lutamos e sonhamos.
Os poderesos pensam que venceram, mas eu digo que apenas uma batalha foi vencida por eles e que tantas outras batalhas virão, e nós ainda vamos pular essa cerca e acabar de uma vez por todas com os apartheids: social, espacial e racial, que cada vez mais vêm crescendo em nossa cidade .
Japi pelo prisma da esqueda: Quais são as expectativas do PSOL para 2012?
Vanderlei Victorino: O PSOL entende que eleições não são o fim, mas sim o meio para a tranformação que tanto lutamos e sonhamos, e que portanto, para nós as eleições de 2012 passam necessariamente por lutas prioritárias como  o combate à especulação imobiliária e suas consequências, a mobilidade urbana e a defesa do meio-ambiente. A luta contra a intolerância religiosa, em particular contra as religiões afro-brasileiras, pois a elite e alguns poucos lideres de religiões pentecostais estão tentando um ataque frontal. Quanto à cultura, queremos garantir a diversidade cultural e valorizar a cultura brasileira. Democratizar o acesso aos bens e equipamentos culturais. Resgatar, retomar e oficializar com grandes incentivos financeiros e estrutal, o projeto Pão & Poesia, pois trata-se de uma manifestação artística e cultural do povo jundiaiense. Eu entendo que 2012 será a consequência das lutas que travarmos em 2011.
Japi pelo prisma da esquerda: Nas últimas eleições presidenciais em 2010, o PSOL ficou dividio -  onde o quadro mais importante do partido, a ex-senadora Heloisa Helena, declarou voto a candidata do PV, Marina Silva. Já no segundo turno, parte do partido declarou voto crítico na candidata do PT, Dilma Roussef, e outra parte declarou voto nulo. Qual é a sua leitura desta situação?
Vanderlei Victorino: As eleicões 2010 inauguraram nova fase da disputa política no país, lançando gigantescos desafios para a construção do PSOL e a luta pelo socialismo no Brasil.
No processo eleitoral de 2010, ampliou-se a audiência de uma direita cada vez mais truculenta, que se alimenta de preconceitos e falsos moralismos, capitaneada pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Democratas (DEM), com força em governos estaduais importantes, que reúnem mais da metade do eleitorado nacional. Sendo assim, a direita - enquanto força política -, programática e ideológica, está a um só tempo no governo e na oposição, movimentando-se por conveniência. No essencial, se unifica e constitui um campo político de não mudança, mostrando no atacado alto grau de concordâncias e divergindo no varejo.
As eleições foram disputadas num cenário de consolidação da hegemonia política burguesa em nosso país, para a qual o governo Lula, o PT, e importantes organizações populares concorreram ativamente ao legitimarem políticas econômicas burguesas, discursos políticos e práticas conservadoras, e as ações coercitivas do estado de caráter antipopular. Por outro lado, as eleições também ocorreram num cenário de muitas dificuldades para os movimentos sociais e a esquerda.
Japi pelo prisma da esquerda:  Qual é a importância do Movimento Jundiaí Livre para a esquerda de Jundiaí?
Vanderlei Victorino: Nós do PSOL, entendemos que o Movimento Livre tende a crescer no sentido de apontar rumos para a população.
Esperamos, com muita tranquilidade, que 2011, de fato, represente esse apontamento, fazendo com que a população tenha um outro olhar a respeito da sua própria cidade e inicie um debate, e questione tudo aquilo que parece estar a salvo de qualquer tipo de questionamento, e sendo assiim, o Movimento Jundiaí Livre tem o papel fundamental para a conscientização da população.
Devemos deixar as nossas vaidades coletivas partidarias e individuais de lado e nos ater em nosso objetivo que é apontar soluções para os inúmeros problemas  que a cidade vem passando.
Sei que não é facil, mas a busca por uma cidade livre, justa, igualitária e radicalmente democratica, deve ser o rumo para o Movimento Jundiaí Livre. Sem medo de ser feliz.
Japi pelo prisma da esquerda: Quais são as principais falhas da atual administração de Jundiaí?
Vanderlei Victorino: As últimas administrações sempre tiveram a mesma falha, e nesta não é diferente, até porque é o mesmo grupo que está no governo há mais de 20 anos, por olhar a cidade superficialmente, onde não existem diferenças e problemas sociais;  isto é insultar a inteligência da população, portanto, de fato, como o atual prefeito manifestou em uma certa ocasião, nós vivemos duas Jundiaís, onde na Jundiaí governada para eles, não existem problemas a serem resolvidos, e outra Jundiaí onde a Saúde está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o tranporte coletivo está entrando em estado de calamidade,  tendo uma das tarifas mais caras do país, uma jundiaí onde a população morre por desabamento de encostas, por conta das fortes chuvas, onde as drogas estão cada vez mais matando a nossa juventude e nada é dito, nem pelo governo e muito menos pelos meios de comunicação de nossa cidade.
Eu costumo dizer que o atual governo é a principal falha, portanto, muito há de ser feito para construir e devolver a cidade para os seus verdadeiros donos: as pessoas que constituem o povo.
Japi pelo prisma da esquerda: Quais são os problemas mais urgentes da cidade?
Vanderlei Victorino: Apesar do crescimento da riqueza produzida na cidade, sua apropriação tem sido restrita principalmente pelo capital financeiro, grupos de cooperativas médicas bem como grupos de empresas de tranportes coletivos  e pela especulação imobiliária, que comandam a lógica da privatização, inclusive por todos os últimos governos municipais, apoiado e financiado pelo governo estadual.
Inverter prioridades é o lema e tema  do PSOL. Isso significa ter um outro olhar da cidade. Devolver a cidade para a populção deve ser prioridade, pois a cada vez mais a população não consegue usufrir dos equipamentos públicos que o municipio oferece de uma forma adequada e com qualidade, exemplo disso é a area de saúde, moradia e mobilidade urbana. Cada vez mais vemos a população indo morar nos bairros chamados de dormitórios.
Como a mobilidade urbana não funciona com qualidade, principalmente para as pessoas dos bairros mais periféricos, a população acaba indo para suas casas apenas para dormirem. Trabalham, estudam, vão aos médicos e fazem as suas compras nos supermercados na região central da cidade e acabam saindo de suas casas muito cedo e só retornam para dormir.
Enquanto isso, a especulação imobiliaria ocupa as melhores regiões  para expandirem os seus negócios, provocando assim trantornos ambientais e de mobilidade urbana para quem necessita do transporte coletivo para a sua locamoção.
Ter um outro olhar para a cidade e seu povo é olhar para os excluídos dos últimos anos dos processos decisórios da cidade em detrimento dos interesses econômicos e financeiros que sempre se apropriam dos frutos desse crescimento.
É preciso coragem para abrir os braços, mostrar o sorriso e experimentar a alegria de um mundo livre e solidário, e construir uma Jundiaí livre.

domingo, 6 de março de 2011

Jundiaí: Carnaval 2011

Tempo de folia
O carnaval jundiaiense teve sua grande noite ontem (05), com o desfile das escolas de samba do município; com a tradicional disputa entre a escola de samba Arco-Íris, escola fundada por moradores do bairro Eloy Chaves, e a escola União da Vila Rio Branco, escola da tradicional Vila Rio Branco. As duas escolas mantêm uma hegemonia que dura quase duas décadas.
Neste ano, o tema de enredo da escola Arco-Íris é a trajetória profissional do Dr. Tobias Mozaiel, fundador do grupo JJ de comunicações (Jornal de Jundiaí e Rádio Difusora). Muzaiel faleceu em 2010, e em deferência a este acontecimento, o sambista Foguinho decidiu realizar tal homenagem.
Muzaiel na Rádio Difusora

Tobias Muzaiel teve uma trajetória vitoriosa (profissionalmente), e subtende-se que um comunicador preste serviços a população ao qual seu trabalho está inserido, informar idoneamente é prestar serviço. No entanto, enquanto Muzaiel esteve vivo, quais foram os principais serviços prestados pelo mesmo ao povo de Jundiaí? Qual é o seu legado?

Pequena reflexão
Não acredito que um breve artigo consiga descrever, porém, acredito que o mesmo pode suscitar a reflexão, e com esta intenção publico-o. Hoje o Jornal de Jundiaí (JJ) é a maior força do Partido da Imprensa Golpista (PIG) local, tendo em quase todas as matérias certo viés em benefício a determinado grupo político. E a instituição tem em sua cadeira de editor-chefe, a figura do jornalista Sidnei Mazzoni, um sujeito extremamente conservador e elitista.
A Rádio Difusora, como todos os veículos de difusão radiofônica da cidade, tem repercussão inexpressiva, infelizmente, não pode servir de objeto de análise.  Ademais, tem a clássica história do Círculo Operário Jundiaiense (COJ) descrita pelo Padre Antonio Maria Toloi Stafuzza, que contrapõe a glória quase que mágica de Muzaiel.

Finalmente
Não sou contrário a homenagem a Muzaiel, sou a favor do real entendimento dos fatos. Mas não posso negar que considero muito mais válido, muito mais honroso, uma homenagem ao nosso grande e indelével Erazê Martinho, este sim é unanimidade.
                            Martinho desfilando pelo bloco "Refogados do Sandi"