quinta-feira, 28 de março de 2013

O movimento comunista jundiaiense


Um imbecil pode, por si só, levantar dez vezes mais problemas que dez sábios juntos não conseguiriam resolver
                                                                                                                                    Lenin



No último dia 25, completou-se 91 anos que o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi fundado; a primeira organização dos comunistas nasceu com este nome e, após intervenções do governo brasileiro, mudou para Partido Comunista Brasileiro (PCB) - a fim de demonstrar/forjar rompimento das ligações com Moscou, farol do movimento comunista nas primeiras décadas do século XX.

Em 1962, após acusar a direção nacional do então PCB de revisionista, Pedro Pomar, Maurício Grabois e João Amazonas coletam 100 assinaturas de comunistas pelo país e, com a chamada “Carta dos 100” em mãos, rompem com o PCB e fundam o PCdoB. Com isso, o movimento comunista no Brasil acabou dividindo-se naquele ano, mas, até então, era apenas uma agremiação, ora chamada PCdoB, ora chamada PCB.

Esta discussão está em Jundiaí em 2013; pelo rompimento dos comunistas na cidade? Não, mas pela oportunidade de tentar desestabilizar o partido que mais cresce no município, o PCdoB. Alguns ex-apoiadores do recém-empossado prefeito Pedro Bigardi (PCdoB) e ex-filiados do PCdoB estão informando, através das redes sociais, que irão fundar o PCB na terra da uva.

Ora, isto representaria a expansão da discussão do movimento comunista em Jundiaí - caso os motivos do rompimento fossem de fato por divergências de compreensão da luta pelo comunismo, mas não é.  Até o momento, não foi explicitado nenhum argumento embasado nas obras marxista e leninista que fundamentem a ruptura, mas apenas queixas sobre a nomeação dos cargos do novo governo.

É importante salientar que um ex-membro do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), pessoa respeitável pela história que construiu como crítico do governo anterior, não aceitou que alguns nomes que trabalharam no governo PSDB continuassem nesta gestão, principalmente o atual diretor administrativo da Câmara. No entanto, nas críticas feitas, em nenhum momento foi ponderado que a coligação do atual prefeito elegeu apenas quatro vereadores de 19 cadeiras, e que a permanência do diretor foi uma exigência da maioria dos vereadores eleitos.

Outro ex-filiado do PCdoB está na trincheira pelo PCB na cidade, apresentando criticas imaturas, sem ponderar do processo histórico necessário para romper com 20 anos de um perfil ideológico de governo que privilegiou uma parcela da cidade, querendo resultados imediatos.

Não entrarei no mérito de criar hipóteses sobre intenções de criar espaço político de cada um desses “camaradas”, mas apenas provocá-los a incitar a discussão sobre os preceitos da luta comunista e do uso da compreensão do materialismo histórico que obriga, através de uma dialética materialista, uma leitura do processo histórico vigente, a diferenciação entre ações táticas e ações estratégicas e o cuidado com o esquerdismo, ou pseudo-esquerdismo, que pode se tornar a doença infantil do comunismo. Um comunista nunca foi e nunca será imediatista na compreensão de ações estratégicas.  

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