terça-feira, 17 de maio de 2011

Entrevista com Fábio Storari

O blog Japi pelo prisma da esquerda realizou mais uma boa entrevista, desta vez com o presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Fábio Storari.
Storari tem se destacado pela sua postura combativa na cidade quanto à pauta ambiental, travando alguns embates públicos com o atual secretário de meio ambiente da cidade.
Com uma formação bastante estruturada, Fábio Storari nos conta sobre sua carreira e histórico de militância, vale notar que o mesmo evita certos assuntos polêmicos.

Japi pelo prisma da esquerda: Fale um pouco da sua biografia e carreira profissional;
Fábio Storari: Meu nome completo é Fábio Frederico Storari, tenho 43 anos. Sou formado pelo SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) em ajustagem mecânica, pela ESEF (Escola Superior de Educação Física de Jundiaí) em educação física, pela UNESP (Universidade Estadual Paulista) em especialização em recreação e ecoturismo, pela Universidade Padre Anchieta em direito e pela USP (Universidade de São Paulo) tenho especialização em desenvolvimento, energia e meio ambiente.
Japi pelo prisma da esquerda: Por que começou militar pela causa ambiental?
Fábio Storari: Simpatizante da causa, em 1998, indo a um encontro de estudantes de direito, realizado em Belém do Pará, li o livro Direito Ambiental Brasileiro, de Paulo Afonso Machado, e me entusiasmei com a idéia. Durante o encontro, conheci Anderson Ferreira, de Cuiabá, que trazia uma proposta de criar uma associação nacional para incentivar o estudo do direito ambiental nas faculdades de direito, pois, até então, pouco se falava do tema. Criamos o movimento, fizemos encontros pelo Brasil e fundamos a AEDAB (Associação Brasileira de Estudantes de Direito Ambiental), entidade responsável pela expansão do direito ambiental em cursos de várias faculdades particulares e estaduais por vários estados. Fundamos em Jundiaí, o NEDAJ (Núcleo de Estudos de Direito Ambiental) uma ONG (Organização Não Governamental) que deu suporte a diversas ONGs de Jundiaí, e de todo estado de São Paulo, na área do direito, tendo em muitas ações regularizado estatutos e participando do PROAONG (Programa de Apoio as ONGs), do governo do estadual. Em Jundiaí, fizemos três congressos sobre assuntos relacionados a meio ambiente, com o nome de CONEDA (Congresso de Estudantes de Direito Ambiental).
Japi pelo prisma da esquerda: Como e quando surgiu o convite para ingressar ao COMDEMA (Conselho Municipal de Meio Ambiente)?
Fábio Storari: Fui informado da existência do COMDEMA pelo Dr. José Wanderlei Rosa, logo que o NEDAJ virou ONG. Tive interesse e fui atrás. Passamos a acompanhar as reuniões há cerca de 10 anos.
Japi pelo prisma da esquerda: Como se dá a atuação do COMDEMA? É constituído pela lei orgânica?
 Fábio Storari: Sim, está no artigo 174 da lei orgânica. A atuação se dá pelos representantes dos segmentos, sendo: sociedade civil organizada, prefeitura e órgãos estaduais, sendo uma organização tripartite.
Japi pelo prisma da esquerda: Qual é a situação da causa ambiental na cidade?
Fábio Storari: Devido à atuação de militantes ambientais, desde Kiko de Mateo, Flavio Gramoleli, Yone Candioto e outros tantos, Jundiaí é uma cidade que tem causas para lutar no âmbito da preservação. Estamos sofrendo pressão intensa de segmentos que não se importam com a preservação e sim com o acúmulo de capital. É o momento de a população se dar conta da importância dos bens difusos, existentes e preservados na cidade, pois estão alocando esses bens para o patrimônio particular, sem sequer prover uma indenização justa.
Japi pelo prisma da esquerda: Como a prefeitura responde as reivindicações do COMDEMA?
Fábio Storari: A prefeitura entende o COMDEMA como órgão consultivo, e atua como se não tivesse a obrigação de atuar em consonância com o deliberado pelo conselho. Em algumas matérias, isso pode ser entendido como correto, porém, quando falamos de política pública de Meio Ambiente, legalmente o conselho é deliberativo e deve ser respeitado em suas decisões. Isso, infelizmente, não vem ocorrendo. Sempre que a decisão do conselho é desfavorável ao desejo da administração, ela o ignora. Isso está errado.
Japi pelo prisma da esquerda: Você é a favor do projeto de lei do Deputado Pedro Bigardi que transforma a Serra do Japi em Parque Estadual?
Fábio Storari: Devido à função de presidente do Conselho, e por haver um processo dentro do conselho sobre o tema, por ética, me abstenho de responder essa pergunta.
Japi pelo prisma da esquerda: Você tem filiação partidária? Qual? Tem projeto político?
Fábio Storari: Desde 2004 sou filiado ao PV, porém, não tenho militância na área da política partidária, pois a minha militância sempre foi na política cidadã. Como já dito, meu projeto político sempre foi voltado para democracia participativa, isso não significa que jamais venha a ser candidato a cargos políticos representativos, pra mim tem de ser natural. Assim como já disputei eleição em 2004, posso vir a disputar novamente, porém, como conseqüência de um trabalho realizado, não como razão pra realização desse trabalho.

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