terça-feira, 8 de novembro de 2011

Anselmo Brombal: o desdobramento de uma relação promíscua







Os caminhos tortuosos levam à glória e os inescrupulosos às trevas. Com esta frase de para-choque de caminhão, começo a minha análise sobre o caso envolvendo uma figura folclórica da imprensa jundiaiense, o jornalista Anselmo Brombal. Muitos profissionais da área guardam muitas histórias sobre esta figura, algumas estranhas em que ele, por exemplo, (supostamente) criou figuras como a “Criança Monstro” tentando pegar carona na linha editorial do extinto jornal Notícias Populares enquanto era editor de um jornal da cidade.

O mesmo ostenta relações tangíveis com figurões da política local, tendo sido assessor direto de alguns. Mas dessa vez, a história não tem em si nada de lúdico, é obscura e constrangedora, pois todo ser humano que entende a sua humanidade acaba acreditando que seus semelhantes não chegarão a situações acachapantes, mas alguns insistem em contrariar esta tese.

Em 2010, no período das eleições, o jornal do Parque Eloy Chaves – que é editado por Anselmo Brombal -, foi distribuído pela cidade inteira, por um motivo: havia um destaque na chamada, citando o então candidato Pedro Bigardi, que havia acabado de perder o mandato, pois trocou de partido. De fato, trata-se de algo relevante, mas a matéria fazia uma analogia com o projeto ficha limpa. Nesta oportunidade, o atual deputado Pedro Bigardi (PCdoB) abriu um boletim de ocorrência contra o jornalista.

Após o resultado das eleições e a consumação da eleição de Bigardi, Anselmo o procurou oferecendo seus serviços, o deputado comunista rejeitou. Como não poderia ser diferente, Anselmo procurou o outro lado, antes enviou um email a Pedro. “Sou como uma puta, dou pra quem pagar mais”, disse Pedro Bigardi ao ler um trecho do email em entrevista coletiva concedida na segunda-feira (7).

Em julho de 2011, um jornal chamado “Cidade de Jundiaí” entrou em circulação na cidade, seguindo o molde padrão, com uma mulher seminua na capa para chamar atenção, mas sempre carregado, em todas as edições, com denúncias contra o PCdoB e o deputado Pedro Bigardi, estava claro que era mais uma ação da Editora Cruz de Malta, nome de uma suposta empresa controlada por Brombal.

Para pegar ratos, armam-se ratoeiras e foi assim que Brombal foi desmascarado para toda a cidade. O advogado Dênis Crupe convidou Brombal para uma conversa na qual o jornalista confessou tudo sem saber que estava sendo gravado, o material foi anexado a denúncia feita por Bigardi no Ministério Público.



Gravidade

Infelizmente, o jornalista é citado na cidade por sua falta escrúpulos, mas o problema é que pra ele fazer suas matérias, alguém tem que colocar o combustível, que nada mais é que dinheiro. O mesmo diz no vídeo ter recebido do povo do lado de lá, subtende-se: situação. Claro que a investigação conduzida pelo Ministério Público tem de ser aguardada, mas se for provado que veio de algum político, deve-se investigar a fundo para saber se não foi pago com dinheiro público.

De qualquer modo, Jundiaí nunca investiu tanto em publicidade e propaganda como em tempos atuais, além de possuir uma TV pública, deste modo se faz urgente um Conselho de Comunicação para acompanhar os gastos públicos na área.  Este fato nos prova que necessitamos, de maneira urgente, de um marco regulatório da mídia para criar senso de responsabilidade a todos, pois fugindo de alguns mestres, a imprensa deixou há muito tempo de ser apenas a janela entre a paisagem e o admirador. 

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