quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Entrevista com Durval Orlato

O blog Japi pelo prisma da esquerda começa, a partir de hoje, uma série de entrevistas com as principais lideranças da esquerda de Jundiaí. O primeiro entrevistado foi o vereador e ex-Deputado Federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Durval Orlato, responsável por mais um blog que integra a rede de blogs sujos de Jundiaí, o blog Mais Jundiaí.
Japi pelo prisma da esquerda: Quais são as diretrizes da oposição, da bancada do PT, para legislatura de 2011 na câmara municipal?
Durval Orlato: Após dois anos de administração do Prefeito Miguel Haddad, já se passou tempo suficiente para que o que ele prometeu acontecesse. Fizemos até agora uma oposição propositiva, pensando na cidade. Em 2011 vou seguir nessa linha, porém, evidenciando mais as promessas dele não cumpridas e a fiscalização do nosso dinheiro dos impostos. Afinal, Jundiaí é uma cidade muito rica.
Japi pelo prisma da esquerda: Qual é a leitura que você faz da sua campanha em 2010 para câmara federal?
Durval Orlato: Eu havia postulado, há mais tempo, a vaga de deputado federal. Depois o Gerson Sartori mudou de candidato estadual para federal, sem informar o motivo da decisão. Mas acredito que o maior problema foi que alguns candidatos tinham recursos demais, gastaram muita grana, e isso desequilibra as regras da disputa eleitoral. Aqui na cidade, os candidatos "da máquina" municipal tiveram mais evidência do que os demais na pré-campanha, isso ajuda a fixar e criar uma imagem positiva. Mas fiz mais de 31.000 votos, com poucos recursos, um voto mais ideológico, de opinião, isso pra mim é importante.
Japi pelo prisma da esquerda: Como você avalia o seu mandato como Deputado Federal no quatriênio 2003-2006?
Durval Orlato: Foi bom, acima da média de outros deputados federais do passado. Lutei o bom combate, guardei valores, como honestidade e postura ética na política, e enviei recursos para as cidades da região. Apresentei e ajudei a votar e aprovar bons projetos. Mas eleições são assim, se ganha algumas, perde-se outras. Continuo atuante como vereador e a disposição.

Japi pelo prisma da esquerda: Por que o PT local lançou dois nomes para câmara federal em 2010?
Durval Orlato: Quem acolhe e aceita as candidaturas para deputado, estadual e federal, é o diretório estadual do PT, não o PT local. Como tinha vaga na chapa de candidatos, os dirigentes estaduais aceitaram.
Japi pelo prisma da esquerda: Qual é a relação do executivo de Jundiaí, o prefeito Miguel Haddad, com o legislativo?
Durval Orlato: É de uma cumplicidade acima do desejado, de ambas as partes. O legislativo deve colaborar com boas idéias e projetos para a cidade, mas tem que fiscalizar e ser mais independente, fato este, que não ocorre com a maioria dos vereadores. O Prefeito aprova e rejeita como bem entender, sem esforço algum, sem qualquer audiência pública.
Japi pelo prisma da esquerda: Como você avalia as seguidas administrações do PSDB na cidade e a principal bandeira dos tucanos, o crescimento econômico de Jundiaí nos últimos tempos?
Durval Orlato: São quase 20 anos, Miguel Haddad vai ficar 12 anos, é muito tempo da mesma coisa. Administração fatigada, sem inovação e cada vez mais medíocre nas ações e desculpas que dá para o que não faz. Uma cidade tão rica como a nossa não pode ter problemas de cidade pobre, são características da má gestão exercida pelo PSDB neste longo período. Tem dinheiro e não sabe usar, faz praças, pinta ruas, propaganda, são coisas importantes também, mas nas fundamentais, onde exigiria um pouco mais de gestão, é medíocre. Essa turma da prefeitura que está aí não dá mais.
Japi pelo prisma da esquerda: Hoje a esquerda em Jundiaí está dividida, o antigo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) para o executivo local, Pedro Bigardi, saiu do partido e entrou no PCdoB, e na última eleição municipal, ambos partidos apresentaram candidatura. Como você avalia esta situação?
Durval Orlato: Falei que o Pedro Bigardi não deveria sair do PT. Ele tinha algumas diferenças com o Gerson Sartori, a Marilena Negro e o Carlão – vereadores que compunham a bancada do PT na época - que apoiaram em 2006 outros candidatos de fora para Deputado Estadual. O Pedro Bigardi ficou fora da vaga de deputado estadual por menos de 1.000 votos, foi a gota d’água pra ele, pelo que percebi. Mas hoje existe na esquerda, o PT, o PCdoB, creio que o PSB precisa mais convicção local, no PPS são algumas pessoas que estão mais à esquerda, o PSOL tem pouca gente e saíram muitos, o PDT, quando renovar a direção, vamos ver como fica. Mas estamos crescendo, devagar, mas sempre, preparando-nos para 2012. Se vamos sair todos juntos ou separados, é uma questão de estratégia para forçar segundo turno na cidade. Ainda há muito que discutir sobre isso, mas de minha parte, só para o final de 2011, antes é precoce demais fazer prognósticos e estratégias.
Japi pelo prisma da esquerda: O Cesar Tayar publicou recentemente em seu blog que a esquerda está consciente que para mudar o poder de mãos em Jundiaí, os partidos devem e já estão conversando, inclusive relatando que algumas reuniões já ocorreram. Você concorda com isso? E isso significa prováveis alianças para 2012?
Durval Orlato: Significa unificar as ações e definir conjuntamente que Jundiaí precisa de ares novos, essa turma que está aí já desgastou demais. A estratégia vem depois, vou ajudar nisso!
Japi pelo prisma da esquerda: Os últimos acontecimentos em Jundiaí devido às fortes chuvas deixaram a população assustada, pois problemas tidos como distantes da cidade, tornaram-se próximos. Como você avalia as ações da prefeitura no que se refere ao auxilio para as famílias desabrigadas, prevenção e plano robusto de urbanização?
Durval Orlato: O prefeito Miguel Haddad tem atitude de correr atrás depois que a coisa já aconteceu. Não fez prevenção, aprovou mais de 15.000 unidades habitacionais, a grande maioria em condomínios, mas não conseguiu nestes mais de 10 anos que São Pedro já vem dando sinais que as chuvas ficarão mais fortes e intensas, tirar nem 300 pessoas das áreas de risco. Quem ganha menos de 3 salários mínimos tem uma fila interminável na cidade, não tem casa pra eles. A política aqui, como disse é medíocre, desgastada. Por isso precisa trocar essa turma, não dá mais.

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