domingo, 20 de fevereiro de 2011

Foi dada a largada para a corrida da mudança

Na última sexta-feira (18) ocorreu o primeiro ato do Movimento Jundiaí Livre, organizado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e pela União da Juventude Socialista (UJS).  O lançamento do movimento contou com a presença do Senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
A mesa foi composta pelo presidente do PCdoB de Jundiaí, Tércio Marinho, pelo presidente do PSOL de Jundiaí, Vanderlei Victorino, pelo presidente do PT de Jundiaí, Paulo Eduardo Malerba, pelo presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e região, Edegar de Assis, pela vereadora do PT em Jundiaí, Marilena Negro e pelo deputado estadual eleito pelo PCdoB de Jundiaí, Pedro Bigardi.
A tônica de todos os discursos e força motriz do movimento é a palavra mudança, e seguindo as diretrizes de seus partidos, os presidentes falaram de diferentes formas porque Jundiaí precisa mudar, porque o atual modelo de gestão que impera na cidade não atende as demandas da população, e todos afirmaram que o atual prefeito governa de forma excludente, deixando a população mais carente da cidade fora das ações de benfeitoria do governo municipal.
A vereadora Marilena Negro (PT) externou suas dificuldades na câmara municipal, denunciando o compadrio que impera naquela casa, explanando sobre as dificuldades de ser oposição em uma casa de leis onde a bancada do governo ocupa 14 das 16 cadeiras. O presidente da Associação de Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e Região, Edegar de Assis, abordou que somente a união trará bons frutos para a cidade.
O Deputado Pedro Bigardi (PCdoB) denunciou que o atual grupo que governa Jundiaí está preocupado, somente, com seus próprios negócios, transformando Jundiaí em um eldorado para negócios imobiliários. O Senador Eduardo Suplicy (PT) apoiou o movimento, e salientou que é deste modo que se faz cidadania.
A militância presente recebeu com entusiasmo os discursos e mostrou que o movimento nasceu com força. A idéia é que o movimento mobilize toda Jundiaí em 2011, denunciando as malfeitorias da prefeitura, principalmente do prefeito Miguel Haddad (PSDB) e colocando toda a sociedade jundiaiense em um embate de idéias.
Na mesma noite foi lançado o manifesto do movimento, para que as idéias oposicionistas estejam claras para toda sociedade. A juventude esteve presente, mostrando que o interesse pela mudança está em todas as faixas etárias.
   
Manifesto Movimento Jundiaí Livre
O Movimento Jundiaí Livre é formado por cidadãos e cidadãs de diversos setores da nossa sociedade, que compartilham dois objetivos em comum: tornar a nossa cidade mais democrática e socialmente inclusiva. Envolve entidades e pessoas que amam Jundiaí. Pessoas nascidas, criadas ou que escolheram esta terra para levar a vida e cuidar de suas famílias. Que acreditam na democracia e na soberania popular para decidir seus caminhos.

Jundiaí possui um incrível potencial. Situada entre as duas das mais importantes cidades do Brasil, tem o privilégio de ser servida por grandes rodovias, como a Anhangüera e a Bandeirantes. Além disto, conta com reservas naturais significativas, fontes de água, como rios, represas e a Serra do Japi, um patrimônio da flora e da fauna. Esta é uma situação privilegiada e que pode beneficiar nossa cidade e toda população.

Mas, infelizmente, temos visto a falta de planejamento, o poder econômico e a especulação imobiliária desgastarem dia após dia a esperança de vermos efetivamente uma cidade que contemple o desenvolvimento econômico, social, ambiental e cultural de nosso povo. Um mesmo grupo governa esta cidade por longos vinte anos consecutivos, articulando interesses econômicos e políticos de um pequeno grupo em detrimento dos mais de 370 mil habitantes de Jundiaí. Isto é algo que gravemente nos preocupa.

Não apenas a falta de alternância no poder que justifica esse tipo de análise, mas, principalmente, o modo como se executa a continuidade política e os métodos utilizados para a dominação política local. Um grupo no poder que se perpetua através do uso da burocracia e do conhecimento da máquina política. Aproveitando-se do acesso a informações e da posição privilegiada na pirâmide do poder, a atividade política passa a ser exercida a fim de conseguir prosperar um projeto de continuidade nas esferas decisórias, tornando comum o uso privado do setor público. Esse grupo ainda estabelece o controle dos recursos financeiros conforme seu projeto de domínio; influencia os meios de comunicação e divulgação de informações para atender seus próprios interesses; barra novas iniciativas que possam expor ou colocar em risco sua manutenção no poder e busca deter por todos os meios qualquer movimento articulado de oposição, como acreditamos que também seremos vítimas. Mas resistiremos.

O grupo no poder também organiza a estrutura política em benefício de seu projeto de manutenção – ou seja, seus interesses não são os mesmos daqueles que deveria representar. Dessa forma, a participação dos indivíduos torna-se segmentada, limitada e amplia-se o poder da classe dirigente, o que permite que quaisquer resistências a estes mecanismos sejam minadas. Em Jundiaí, o trabalho para conseguir romper esta lógica é árduo, de tão enraizados que estão os mandatários locais, acostumados a tantas décadas de controle da política. Eles apenas trocam de siglas e de nomes, mas sempre representam os mesmos interesses.

Somos um Movimento de Oposição, consciente de nosso papel como agente político e capaz de mobilizar a sociedade para uma alternativa bastante diferente desta que esta colocada pelo Prefeito. Não queremos falar de eleições, mas inserir a população em debates sobre temas fundamentais, como educação, saúde, mobilidade urbana, entre outros. Desta forma, realizaremos nossos próprios debates, ouvindo e dialogando com toda a sociedade e apontando outros caminhos. Queremos chamar a juventude para esta discussão, pois sabemos o quanto Jundiaí precisa de políticas para jovens, com acesso ao esporte, cultura e lazer de qualidade, algo que não ocorre atualmente. O jovem quer participar da vida pública e necessita de espaços que lhe dêem esta condição verdadeiramente, sem as amarras do grupo no poder. Este Movimento convida o jovem para esta participação livre.

É hora de discutir uma alternativa de cidade: mais justa, sustentável e voltada para o interesse da maioria. Modificar essa realidade política sufocante e projetar um novo futuro para Jundiaí é uma exigência de vastos setores da sociedade e uma forma de honrar a luta e o trabalho, ao longo da História, de tantos cidadãos e cidadãs que se dedicaram à nossa cidade.

Assinam este Manifesto (Partidos em ordem alfabética):
Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
Partido dos Trabalhadores (PT)
União da Juventude Socialista (UJS)

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