segunda-feira, 18 de abril de 2011

Solicitude demasiada

Qual é a principal função de um jornal? Informar, diriam os mais românticos, propagar, diriam os pragmáticos, vender, diriam os realistas, mentir e inventar, diriam os agnósticos.
Na minha concepção, a função seria informar, mas isto somente Gutenberg fez, doravante todos informaram, propagaram, venderam e mentiram, pois ninguém consegue escrever sem perspectiva ou ideologia. Se o pensar traz a existência, o observar traz a perspectiva, que busca na ideologia, a fundamentação para análise.
Estamos na era do jornalismo yuppie, o que para alguns é inevitável. Ser diferente vai fazer o jornalista ficar desempregado por mais tempo e qualificar-se melhor, mas não é tão ruim assim.
Para fugirmos da prostituição ideológica, obriguemos que os jornais aceitem o pluralismo ideológico - fato que só vai ocorrer quando houver união na classe -, ou seja, será uma árdua luta, e a desistência, em tais circunstâncias, será considerada uma nuance de leve desvio de caráter, ou não.
Em Jundiaí, a imprensa, com poucas exceções, tem posição: conservadora e pelega do Prefeito Miguel Haddad (PSDB) e do partido ao qual ele pertence, acredito que como empresas privadas, eles (os jornais) não estão cometendo nenhum crime, mas como cidadãos sim, pois para defender suas posições, escondem alguns fatos e supervalorizam outros.
A semana passada foi de grande agitação política, pois houve uma audiência pública – organizada pelo Movimento Jundiaí Livre -, com autoridades presentes, inauguração do escritório regional de um deputado eleito por 60 mil votos da cidade e um encontro do PSDB.
O único evento que mereceu atenção dos jornais foi o encontro do partido do prefeito, sendo que ninguém, dos 3 maiores jornais da cidade, esteve presente na audiência pública e  no lançamento do escritório do deputado, eventos que contaram com muito mais autoridades que o referido encontro.

Fica a pergunta: os jornais estão exagerando na solicitude ao poder público local ou apenas praticando o jornalismo yuppie? Talvez as duas respostas sejam cabíveis, mas que algo está sendo aplicado em doses cavalares, em um exagero constrangedor.

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